Não bastassem os congestionamentos provocados pelo excesso de veículos nas ruas, pela infraestrutura viária deficiente e pelo número insuficiente de vias de circulação, a violência vem se acentuando no trânsito da Região Metropolitana de São Luís. Este ano, 79 pessoas já perderam a vida em acidentes na Ilha e mais de 2.500 foram socorridas com vida somente na capital, segundo estatísticas do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Os dados evidenciam a atitude imprudente de grande parte dos condutores e a ausência de uma ação mais repressiva das autoridades para tornar o tráfego mais humanizado e seguro.
As mortes no trânsito são causadas por diferentes tipos de acidentes, que têm em comum a irresponsabilidade ao volante e a sensação de impunidade. Em meio a um ambiente permissivo, onde as leis são violadas continuamente, multiplica-se o número de colisões, atropelamentos, capotamentos, choques e outras formas de desastres, que não raro têm consequências trágicas. De igual modo, a quantidade de vítimas aumenta progressivamente, dando contornos cada vez mais trágicos ao problema.
Enquanto não houver uma fiscalização rigorosa e permanente, as estatísticas de acidentes se manterão assustadoras em São Luís. É preciso que as autoridades definam mecanismos de repressão capazes de levar os condutores a cumprir a lei e punir de forma severa quem insistir em infringi-la. Não há outro caminho para reverter o cenário se não uma ação mais enérgica contra os abusos, que só será possível com a adoção de uma estrutura condizente com a gravidade do problema. Diante de números tão preocupantes, a paz no trânsito deve ser encarada como prioridade pelos governantes.
Os números gerais do Maranhão também são alarmantes. Segundo dados do Sistema de Informação de Mortalidade da Secretaria de Estado da Saúde (SIM/SES), até outubro deste ano, 1.329 pessoas haviam morrido no trânsito, com grande probabilidade de superar os 1.609 óbitos registrados em 2013. Em meio ao drama, o Comitê Interistitucional do Projeto Vida no Trânsito e a Campanha SOS Vida pela Paz no Trânsito, iniciativa da Maçonaria, estão promovendo, desde ontem, uma série de ações alusivas ao Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trânsito, que terá como ponto alto, no próximo domingo, na Avenida Litorânea, um culto ecumênico, seguido de caminhada e passeio de motociclistas e ciclistas pela orla. A intenção é chamar atenção da sociedade para a carnificina registrada nas ruas, com graves consequências para as famílias das vítimas e para o sistema público de saúde.
A violência no trânsito tem entre os principais gatilhos os acidentes envolvendo motociclistas. Grande parte das pessoas que trafegam sobre duas rodas o faz com imprudência e muitas assumem atitudes suicidas, comportamento que acaba comprometendo também a vida de terceiros. Quando têm a sorte de escapar com vida de um acidente, motoqueiros, geralmente, sofrem lesões graves, muitas vezes incapacitantes, sobrecarregando os leitos hospitalares, causando sofrimento e gerando altos custos para a sua reabilitação.
O cenário tende a ficar ainda mais dramático, pois é cada vez maior o número de cidadãos que recorrem às motos como meio de transporte, seja por questões econômicas, seja para se locomover com agilidade em meio aos congestionamentos registrados nas vias movimentadas da capital e de cidades de médio porte.
As sucessivas tragédias provam que a conscientização, por si só, não é suficiente para tornar o trânsito mais seguro. É dever dos governantes assumir uma postura firme em relação aos imprudentes, que além de pôr em perigo a própria vida, ameaçam de morte, a todo instante, pessoas inocentes.
Editorial publicado nesta quinta-feira em O Estado do Maranhão
DANIEL,
O TRANSITO PODE SER VIOLENTA, MAIS OS MOTOQUEIROS QUE ME PERDOE A MAIORIA SÃO IRRESPONSÁVEIS E AINDA POR CIMA MAL-EDUCADOS
UM ABRAÇO