Professores da rede municipal de ensino decidiram hoje encerrar a greve da categoria, que se estendeu por 105 dias e após mais de 10 rodadas de negociação. Os educadores aceitaram o reajuste de 2,92% proposto pela Prefeitura de São Luís, a ser pago em duas parcelas, em outubro e dezembro. Além da reposição salarial, foi garantida aos professores a concessão de direitos estatutários, como progressão vertical e horizontal, gratificação por trabalho em área de risco, entre outros benefícios.
A decisão pelo fim da greve foi tomada em assembleia geral realizada em frente ao Palácio La Ravardiére, sede da administração municipal, ocupado desde 13 de agosto. Nesse período, alguns educadores chegaram a se acorrentar dentro da Prefeitura, para pressionar pela retomada das negociações, que vinham sendo mediadas pelo Ministério Público, por meio da Promotoria de Defesa da Educação.
Em 3 de junho, em resposta a uma ação movida pelo Município, o Tribunal de Justiça decretou a ilegalidade da greve, decisão confirmada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A sentença previa, entre outras sanções, o corte do ponto dos professores que se negavam a voltar às salas de aula. No início desta semana, o secretário municipal de Educação, Geraldo Castro Sobrinho, anunciou a execução da medida. O Sindicato dos Profissionais do Ensino Público Municipal (SindEducação) chegou a recorrer ao TJ para tentar anular o corte, sem sucesso.
Durante a greve, boa parte das escolas municipais continuou funcionando. Segundo a Secretaria Municipal de Educação (Semed), nas últimas semanas do movimento, cerca de 80% das unidades de ensino já haviam retomado o cronograma de aulas.
Com o fim da paralisação, o maior desafio é repor o conteúdo perdido. Nesse sentido, a Semed deve montar uma estratégia para que os mais de 130 mil estudantes da rede municipal cumpram o ano letivo com o melhor aproveitamento possível.