Em entrevista ao repórter Marcial Lima, da rádio Mirante AM, o secretário municipal de Trânsito e Transportes, Francisco Canindé Barros, deu a entender que as discussões em torno da crise do sistema de transporte público de São Luís, agravada pela greve deflagrada há cinco dias pelos rodoviários, podem ter como desfecho o reajuste da tarifa de ônibus. Canindé disse que a questão já está sendo discutida abertamente com os empresários do setor e que o assunto será levado ao prefeito Edivaldo Holanda Júnior e à Câmara Municipal.
Canindé não falou em percentual, mas reconheceu a necessidade de reajuste da passagem, o que não ocorre há quase quatro anos e meio. O índice a ser aplicado será definido após a análise da planilha de custos do sistema de transporte, que leva em conta insumos como combustível, peças, pneus, salários dos trabalhadores, entre outros itens. O transporte público da capital tem, atualmente, as seguintes tarifas: R$ 1,30, R$ 1,60 e R$ 2,10.
Contribuem para o alegado déficit financeiro do sistema de transporte o uso indevido das gratuidades e da meia passagem. Em São Luís, 44% dos mais de 700 mil usuários do serviço têm algum benefício. Só de gratuidades, o percentual gira em torno de 23% do total de passageiros
Por lei, têm direito à gratuidade nos ônibus idosos com mais de 60 anos, deficientes físicos, mentais, auditivos e visuais, portadores do vírus HIV e aposentados. Atualmente, são assistidas quase 100 mil pessoas na capital. Os idosos acima dos 65 anos, com 65.654 pessoas, formam o público mais contemplado com o abono na passagem.
Em outubro do ano passado, a Prefeitura de São Luís apreendeu 1.119 carteiras de gratuidade e de meia passagem como resultado da operação da Fiscalização Embarcada realizada pelas equipes da Secretaria de Trânsito e Transportes (SMTT). Desse total, 465 eram de meia passagem (estudantes) e 654, de gratuidade (passe livre).