DO NE 10
O Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) denunciou nesta quarta-feira (12), no blog do órgão, que a casa onde morou o poeta brasileiro Aluísio de Azevedo, autor de obras primas como ‘O Cortiço‘ e ‘O Mulato‘, em São Luís, deverá ser transformada em um estacionamento particular. O caso também foi abordado na fanpage do instituto, onde a notícia ultrapassou 40 comentários, todos desaprovando a situação de abandono em que o imóvel se encontra.
No texto publicado e assinado por Euges Lima, professor de história e vice-presidente do IHGM, o estudioso critica a falta de cuidados com o imóvel localizado na esquina entre as ruas do Sol e da Mangueira, Centro da capital maranhense. “Além do atual estado avançado de deterioração do imóvel, existe ainda a suspeita de que a casa estaria sendo preparada para em breve servir de estacionamento, prática que vem ocorrendo sistematicamente nos últimos anos no Centro de São Luís, onde casarões, moradas inteiras e meias moradas de propriedade de particulares vão sendo demolidas ou desfiguradas”, escreveu.
Segundo Eudes Lima, o sobrado foi construído no século 19 e deveria ter sido tombado ou transformado em um museu, uma vez que a casa fica numa cidade que é considerada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco. Hoje a casa pertence a particulares e não ao poder público.
O AUTOR – Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo nasceu em 14 de abril de 1857 em São Luís. Em 1881 publicou o livro “O mulato”, que daria ao autor o título de “precursor do Naturalismo no Brasil”. Essa obra foi um verdadeiro escândalo para a época, pois incitou polêmicas, como o racismo e a corrupção dos padres. Aluísio Azevedo abandonou a carreira literária quando passou em um concurso e se tornou diplomata em 1895. O autor morreu em Buenos Aires, na Argentina, quando exercia o cargo de agente consular, em 21 de janeiro de 1913.
OBRAS – Uma lágrima de mulher (1879); Memórias de um condenado (ou A condessa Vésper) (1882); Mistério da Tijuca (ou Girândola de amores) (1882);Filomena Borges (1884); A mortalha de Alzira (1894). Romances naturalistas: O mulato (1881); Casa de pensão (1884); O homem (1887); O cortiço (1890); O coruja (1890).
Uma vergonha, a nossa história varanda lixo.