Natal, momento de resgate

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natal resgateNatal é tempo de paz, de amor e de renovação de votos de felicidade. Essa máxima, transmitida ao longo dos séculos, deve ser colocada em prática com muito mais ênfase pela humanidade nestes tempos em que o desamor, a desigualdade e a violência tendem a ceifar a esperança de dias melhores. Cultivar o bem deve estar na ordem do dia não só na data em que é celebrado o nascimento de Jesus Cristo, mas ao longo de todo o ano, para que a alegria não pereça ante os males do mundo.

O Natal faz renascer o clima de união entre as pessoas. É uma pausa em meio às tensões do dia a dia. Famílias e amigos se confraternizam e manifestam os mais nobres sentimentos. É um momento mágico, que se for reproduzido por todo o calendário estimulará uma convivência pacífica, revelando as melhores intenções de homens e mulheres. Seria, então, o caso de cultivar tamanho apreço à vida do primeiro ao último dia do ano, a fim de neutralizar tudo o que for negativo.

A reflexão é o primeiro passo para a tão esperada mudança. No caso do outrora pacato Maranhão, a reversão do cenário mostra-se ainda mais urgente. É preciso estimular mais do que nunca a paz, pois a criminalidade bate à porta a uma freqüência que só cresce. Seja nas ruas, nos lares, no ambiente de trabalho e mais ainda nos presídios, a realidade se mostra cruel para uma parcela cada vez maior da sociedade, sem que se vislumbre, pelo menos a curto prazo, um pensamento e uma atitude diferentes.

O Natal é muito mais do que gastança, troca de presentes e ceias fartas. É tempo de solidariedade, não só por meio de doações materiais, mas, sobretudo, na forma de aconselhamento e chamamento para uma nova vida. Os que praticam o bem devem estar muito mais dispostos a tomar para si a responsabilidade de construir um mundo melhor. O esforço conjunto de todos é o meio mais eficaz de fazer frente à maldade que insiste em tornar os dias mais difíceis. Só assim, a humanidade terá condições de resgatar os valores que hoje estão em baixa.

Cada pessoa deve estar atenta ao verdadeiro sentido do Natal, para que possa disseminá-lo ao maior alcance possível. Tal percepção tornou-se uma necessidade em nosso tempo, marcado pela busca incessante de muitos por uma vida confortável sem o devido esforço. A falta dessa compreensão abre caminho para todo tipo de abuso e só reforça a desesperança. Uma realidade, portanto, inadmissível.

Pobreza e violência andam juntas em grande parte das vezes e, não raro, tal combinação exibe contornos trágicos, quase sempre com o pior desfecho possível. Por isso, é preciso dar às pessoas submetidas a esses males a oportunidade de mudar de vida, para que no futuro o Natal seja motivo apenas de celebração e júbilo.

Editorial publicado nesta quarta-feira em O Estado do Maranhão

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