Com 724 ocorrências até o fim do mês passado, o ano de 2013 já é, disparado, o que mais registrou homicídios na região metropolitana de São Luís. Os números são da própria Secretaria de Segurança Pública e estão publicados no site do órgão. Vale ressaltar, entretanto, a queda do número de assassinatos em novembro em relação a outubro, o que pode ser atribuído à recente troca de comando da Polícia Militar e a consequente mudança de filosofia no que se refere à repressão à violência.

O número de homicídios vem registrando altas sucessivas nos últimos quatro anos, a exceção do intervalo entre 2009 e 2010, quando houve 15 registros a menos de um ano para o outro. Desse período em diante, a estatística é sempre crescente: 519, 635 e 624 em 2011, 2012 e 2013, respectivamente. Chama atenção o avanço assustador registrado a partir do ano passado, que superou o anterior em exatas 116 mortes.

A disputa cada vez mais sangrenta pelo controle do tráfico é a causa de 70% dos homicídios, estimam as autoridades de segurança pública. Realmente, a guerra entre traficante é um mal que afeta a sociedade em escala cada vez mais dramática. Daí a importância de uma ação mais ostensiva da polícia, que deve aumentar sua presença entre os cidadãos, sobretudo nas áreas onde há maior tensão.

2013 ainda não acabou, mas é quase certo que até 31 deste mês cheguemos à casa dos 800 homicídios, um recorde tão negativo quanto assombroso. O cenário mostra-se ainda mais pavoroso se levada em conta a metodologia adotada pela SSP para classificar cada um dos crimes, divididos entre homicídios, lesões corporais seguidas de morte, latrocínios, mortes em presídios, confrontos com a polícia e ainda os intrigantes crimes a definir. Somando-se todas as ocorrências, tem-se um dado extremamente preocupante.

A diminuição do número de assassinatos entre outubro e novembro é um alento e sinaliza uma disposição maior das forças de segurança de reprimir a criminalidade. Em meio a tanta violência, o recuo foi uma feliz exceção. Uma nova retração este mês seria fundamental para atenuar a aflição da população.