Por Cauê Ávila Aragão, advogado e ex-presidente da AGED
Durante os dois anos e meio em que tive a honra de presidir a Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (AGED), acompanhei de perto as significativas transformações e conquistas que reforçam o papel do Maranhão como um estado protagonista na defesa agropecuária e no fortalecimento de sua cadeia produtiva. Os avanços realizados no setor agropecuário maranhense são reflexo de um esforço conjunto e contínuo, que teve como base a saúde animal e vegetal, a qualidade dos produtos e o compromisso com a sustentabilidade.
Um dos maiores marcos da gestão da AGED foi o reconhecimento, pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), do Maranhão como uma zona livre de febre aftosa sem vacinação. Essa conquista representa não apenas um importante avanço para a saúde animal do estado, mas também uma verdadeira porta de entrada para o mercado internacional, especialmente para a cadeia produtiva da carne e do leite. O Maranhão agora desfruta de uma condição sanitária que eleva a qualidade de sua produção agropecuária e fortalece as relações comerciais com outros estados e países. Em 2025, aguardamos o reconhecimento internacional pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), um passo fundamental para consolidar nosso status sanitário e expandir ainda mais as exportações.
Outro avanço importante durante a minha gestão foi a reforma e modernização da infraestrutura da AGED. Com o apoio do governador Carlos Brandão e das parcerias com diversas secretarias estaduais, conseguimos reformar 34 escritórios da AGED e dar início à reforma de outros 36 prédios. Além disso, ampliamos a frota de veículos com mais 61 veículos e adquirimos novos equipamentos e mobiliário, o que tem permitido à AGED melhorar o atendimento aos criadores e produtores maranhenses. Este esforço de reestruturação também incluiu um reajuste significativo nos vencimentos dos servidores da AGED, bem como a convocação dos concursados, medidas que reforçam o compromisso da gestão estadual com o fortalecimento das instituições responsáveis pela defesa agropecuária.
No setor de Defesa e Inspeção Sanitária Vegetal, destacam-se ações como o impressionante aumento de 357% no número de propriedades produtoras de banana cadastradas no Sistema de Mitigação de Risco (SMR) para Sigatoka Negra. Em 2024, 25 novas propriedades aderiram ao sistema, o que resultou em 1.364 hectares de banana cultivada com maior segurança e qualidade. Além disso, as inspeções fitossanitárias até setembro deste ano em diversas culturas como arroz, cana-de-açúcar, soja, milho e hortaliças, atingiram mais de 90% de cobertura em todo o estado, garantindo a sanidade das lavouras e o controle de pragas, doenças e plantas daninhas.
Um destaque adicional foi o trabalho realizado no levantamento fitossanitário da planta daninha Amaranthus Palmeri, uma ameaça crescente à produção agrícola. Até setembro de 2024, realizamos 468 levantamentos que correspondem a 91% da meta estabelecida, evitando perdas significativas nas lavouras de milho, soja e algodão.
Em 2024, a AGED intensificou suas ações de fiscalização em diversas frentes, com especial atenção à vigilância ativa em estabelecimentos avícolas comerciais e de subsistência, em razão da emergência nacional para a Influenza Aviária de Alta Patogenicidade. Foram realizadas amostragens em 79 estabelecimentos de subsistência e 6 comerciais, com a coleta de 935 amostras de aves para exames laboratoriais. Além disso, a fiscalização em eventos agropecuários, com a inspeção de 329 eventos com aglomeração de animais, foi um passo importante para garantir que os animais que participam dessas exposições estejam livres de doenças.
Outro avanço foi a certificação de propriedade livre de brucelose e tuberculose. Em 2024, obtivemos o registro de uma propriedade no município de Colinas como livre dessas doenças, um reflexo do nosso esforço contínuo para assegurar a qualidade e segurança sanitária de toda a cadeia produtiva de origem animal.
O Sistema de Gestão Agropecuária do Maranhão (SIGAMA), que foi aprimorado ao longo dos últimos anos, continua a ser uma ferramenta essencial para a modernização da gestão agropecuária no estado. Esse sistema tem permitido maior eficiência no acompanhamento das propriedades rurais, no controle das doenças e no gerenciamento das atividades agropecuárias. A digitalização e integração dos processos têm sido fundamentais para garantir uma resposta mais rápida e eficaz aos desafios sanitários e produtivos do Maranhão.
O legado da gestão, que tive a honra de liderar à frente da AGED, é uma trajetória de avanços significativos para a saúde pública e a economia maranhense. A atuação da AGED foi marcada pela inovação, pela excelência técnica e pela busca constante pela sustentabilidade e qualidade da produção agropecuária. No entanto, o trabalho não termina aqui. A AGED continuará a ser uma instituição chave para o desenvolvimento do setor agropecuário, sempre com a missão de proteger a saúde dos animais, das plantas e dos consumidores, garantindo que o Maranhão siga no caminho da produção agropecuária responsável e com qualidade.
As conquistas dos últimos anos são um reflexo do compromisso de todos os envolvidos na defesa agropecuária do Maranhão – produtores, servidores públicos, autoridades e parceiros – que, unidos, contribuem para um futuro mais promissor para o nosso estado. O trabalho realizado é um passo importante, mas a missão de garantir uma agropecuária cada vez mais forte, segura e sustentável continua.
Com gratidão e otimismo, sigo acreditando no potencial do Maranhão e na força de sua gente para continuar construindo um futuro de sucesso e prosperidade para a agropecuária maranhense. Eu sigo para um novo compromisso, estarei a frente de uma outra Agência, a Investe Maranhão, que vai ter um olhar especial para a agricultura e pecuária maranhense, buscando o desenvolvimento do Estado e fortalecimento do nosso patrimônio agropecuário. Avante Maranhão!