Versões para a superlotação do Castelão

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Torcedores lesados denunciam falsificação de ingressos a policiais militares em serviço no Castelão
Torcedores denunciam falsificação de ingressos a PMs em serviço no Castelão (Foto: Biaman Prado/O Estado)

Pelo menos duas versões tentam explicar a perigosa superlotação do Castelão no jogo Sampaio 5 x 3 Macaé, no último sábado. E ambas são reprováveis sob todos os aspectos. Uma delas é a suposta falsificação de ingressos para a partida, problema detectado nas catracas quando torcedores foram impedidos de ter acesso ao estádio e procuraram a Polícia Militar para denunciar o golpe. A segunda versão envolve diretamente o diretoria do Sampaio, mais exatamente o presidente Sérgio Frota, que teria ordenado a impressão de mais 8 mil ingressos nas véspera do jogo, depois que esgotaram as 40 mil entradas disponibilizadas inicialmente ao público.

As duas versões trazem à tona situações gravíssimas e sugerem vulnerabilidade e irresponsabilidade. Em relação à suposta fraude, ninguém garante que um número significativo de torcedores entrou no Castelão com ingressos falsificados. A Polícia Militar calculou em 55 mil pessoas o público presente à partida, situação extremamente temerária, que poderia ter resultado em tragédia. Cabe agora às autoridades de segurança investigar a veracidade da denúncia. A Federação Maranhense de Futebol (FMF) e o Sampaio, co-responsáveis pela administração das partidas, devem ficar atentos e até mesmo colaborar para que o caso seja esclarecido.

A revelação de que uma carga extra de 8 mil ingressos foi impressa, na última sexta-feira, a pedido do presidente tricolor, Sérgio Frota, foi feita ao autor deste blog por um funcionário da FMF devidamente uniformizado, que estava trabalhando no jogo. Ele se disse alarmado com o que viu no Castelão e declarou que em alguns momentos temeu pelo pior. O servidor foi além, classificando como irresponsabilidade o ato de pôr à venda elevada quantidade de ingressos quando todos os lugares do estádio já haviam sido comercializados.

Número de torcedores no Castelão ultrapassou, e muito, a capacidade do estádio
Número de torcedores no Castelão ultrapassou, e muito, capacidade do estádio (Foto: blog Futebol Maranhense)

Em meio à dúvida quanto às duas versões há uma certeza: a organização das partidas tem deixado a desejar, sobretudo no que se refere à venda de ingressos. A ação de cambistas, que chegaram a lucrar até 200% ao vender por R$ 30 uma meia entrada comprada a R$ 10, deixou a torcida revoltada. No caso do jogo de sábado, a impressão de mais 8 mil bilhetes foi uma tentativa do Sampaio de livrar o público da exploração. Não adiantou. E o que é pior: contribuiu ainda mais para a superlotação.

O Sampaio terá mais um jogo dificílimo no próximo sábado, contra o mesmo Macaé. Como abriu vantagem em casa, o time tem todas as condições de avançar à semifinal e conquistar o tão sonhado acesso à Série B, o que permitirá a realização de pelo menos mais um jogo no Castelão. Uma eventual classificação será altamente positiva para o futebol maranhense, mas também será prenúncio de mais abusos. Ou não, caso haja mais rigor na fiscalização da venda de ingressos e profissionalismo na administração da partida.

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