Curso de transplante renal no HU-UFMA foca em qualidade de vida e integração

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Evento aborda desde a conscientização sobre doação de órgãos até técnicas avançadas de transplante

O Curso de Atualização em Transplante Renal reuniu 43 profissionais de diversas áreas, como médicos, enfermeiros, psicólogos e técnicos de enfermagem

São Luís (MA) – No dia 27 de agosto de 2024, o Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA/Ebserh) realizou um Curso de Atualização em Transplante Renal, reunindo 43 profissionais de diversas áreas, como médicos, enfermeiros, psicólogos e técnicos de enfermagem. Organizado pela Unidade de Urologia, o evento teve como principal objetivo capacitar e integrar as equipes multiprofissionais envolvidas no complexo processo de transplante renal, com o intuito de melhorar a qualidade de vida dos pacientes que dependem desse procedimento.

O urologista e coordenador da equipe médica de Urologia de transplante renal do HU-UFMA, Rodrigo Diniz, destacou a importância do transplante renal ao ressaltar o impacto positivo na vida dos pacientes que antes dependiam da diálise. “O transplante renal proporciona uma nova oportunidade de vida para os pacientes, permitindo que eles retomem uma rotina menos restritiva e menos desgastante,” afirmou Diniz. Ele também destacou que, embora o transplante elimine a necessidade de diálise, não é uma solução definitiva e exige cuidados contínuos. “O uso de imunossupressores, necessário para evitar a rejeição do órgão, impõe novos desafios aos pacientes, que precisam estar preparados para lidar com os riscos de doenças oportunistas e efeitos colaterais,” explicou.

O fluxo complexo do transplante renal

O processo de transplante renal é longo e cheio de etapas críticas, desde a identificação do potencial doador até o acompanhamento pós-operatório do receptor. O responsável técnico pelo serviço de Urologia do HU-UFMA, José de Ribamar Calixto, descreveu o fluxo desse processo, destacando a importância da integração das equipes e da comunicação clara em cada fase.

“Tudo começa com a identificação de um potencial doador, que pode ser um doador falecido em morte cerebral. A equipe de abordagem entra em contato com a família para discutir a doação. Uma vez que a família autoriza, todo um processo é iniciado, envolvendo desde a realização de exames e biópsias para avaliar a viabilidade do rim, até a retirada do órgão,” explicou Calixto. Ele acrescentou que a cirurgia de transplante envolve uma série de passos delicados, incluindo a anastomose das artérias e veias que permitirão que o sangue flua no novo rim. “O objetivo é garantir que o rim transplantado comece a filtrar o sangue do receptor de forma eficiente, libertando-o da dependência da hemodiálise,” detalhou Calixto.

Calixto também enfatizou a dura realidade enfrentada pelos pacientes em diálise, que precisam passar por longas sessões de tratamento, geralmente três vezes por semana, cada uma durando cerca de seis horas. “Esses pacientes ficam presos a uma rotina extenuante, com pouco tempo para outras atividades e com impacto significativo em sua qualidade de vida. O transplante renal oferece uma chance de escapar dessa prisão, mas para isso, todo o processo, desde a captação do órgão até o pós-operatório, precisa ser perfeito,” afirmou Calixto.

 Inovações e desafios no transplante renal

Durante o curso, também foram discutidas inovações tecnológicas que podem impactar o futuro dos transplantes renais, como a captação de rins assistida por robô e o uso de máquinas de perfusão para preservar o enxerto. “Essas tecnologias representam o que há de mais moderno no campo do transplante renal e podem melhorar significativamente a recuperação dos pacientes. Embora ainda não tenhamos essas ferramentas no HU-UFMA, sua discussão no curso nos prepara para o futuro,” comentou Diniz.

Além das inovações, Calixto ressaltou os desafios contínuos, como a necessidade de maior conscientização pública sobre a doação de órgãos e a importância de uma legislação rígida que previna o comércio de órgãos. “O curso também serviu para reforçar o compromisso ético e técnico de todos os envolvidos, garantindo que o processo de transplante seja conduzido de forma transparente e segura,” concluiu Calixto.

 Sobre a Ebserh

O HU-UFMA faz parte da Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Rede Ebserh) desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

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