![Pacientes acomodados em macas em corredor do Socorrão I compõe cenário dramático da saúde municipal](https://www.blogsoestado.com/danielmatos/files/2013/08/socorrao-corredor.jpg)
É cada vez mais notória a queda de popularidade do prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior (PTC). Graves problemas nos setores de saúde, educação, infraestrutura e transporte vêm minando a gestão do petecista, eleito com a promessa de revolucionar a administração pública na capital. Com um desempenho pífio em sete meses e meio de mandato, Holanda Júnior vê seu conceito cair dia após dia, situação que tende a evoluir para um desgaste extremo caso não haja uma mudança radical nas práticas ora adotadas para governar a cidade.
Não bastasse a falta de habilidade para tocar ações em benefício da população, o prefeito ainda tem sua gestão prejudicada por atos destrambelhados cometidos por alguns auxiliares. Cite-se o exemplo da recente ocupação da Câmara Municipal, cujo mentor teria sido o secretário municipal de Comunicação, Márcio Jerry, que mesmo tendo negado envolvimento foi convidado pela Casa a esclarecer o episódio. São movimentos que em nada contribuem para a administração e arranham ainda mais a imagem do chefe do Executivo municipal.
Sem dúvida, a crise no transporte público é outro fator a ampliar a rejeição ao prefeito. Frota sucateada, superlotação, assaltos e outras deficiências do sistema impõem sérios transtornos aos usuários, que atribuem a culpa pela precariedade à administração municipal. E com razão, pois não se percebem melhorias significativas no serviço. Muito pelo contrário, o que se constata é a omissão dos gestores da área, evidenciada pela ausência da secretária Fabíola Aguiar (SMTT) na audiência que discutiria o transporte na Câmara Municipal na última quarta-feira e o desrespeito ao Termo de Ajustamento de Conduta firmado com o Ministério Público por meio do qual a prefeitura se comprometeu a licitar as linhas de ônibus e a implementar outras melhorias.
O caos na saúde também impõe duro golpe na popularidade de Edivaldo Holanda Júnior. Déficit de profissionais e equipamentos nas unidades mistas, atendimento comprometido no Hospital da Mulher e Socorrões sem capacidade de atender a demanda compõem um cenário dramático, de profunda desumanidade. Com quase R$ 350 milhões em caixa em recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), o prefeito ainda não foi capaz sequer de amenizar a crise na rede hospitalar. Resultado: os corredores das unidades de saúde continuam cheios de pacientes, que devido às condições inadequadas de tratamento veem suas chances de recuperação reduzidas drasticamente.
Não é exagero afirmar, neste momento pré-eleitoral, que há uma facção na prefeitura muito mais interessada em criar um ambiente favorável para o pleito de 2014 do que em produzir benfeitorias aos cidadãos da capital. São elementos inconsequentes, que fazem todo tipo de conspiração em nome de um projeto de poder. Mesmo que tal postura acabe comprometendo ou até inviabilizando as melhorias que a cidade tanto precisa.
Edivaldo Holanda Júnior pode até avalizar alguns desses procedimentos, afinal, é um dos líderes mais expressivos do grupo político de oposição ao governo estadual, foi eleito a custa de apoios e se vê obrigado a retribuir a ajuda. Mas, por sua condição de prefeito, deve combater os excessos, para o bem dos ludovicenses.
Editorial publicado nesta sexta-feira em O Estado do Maranhão