Cada vez mais recorrente em São Luís, o golpe do falso sequestro fez acender o alerta das autoridades de segurança locais. Com uma média de oito ocorrências diárias, segundo dados da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), essa modalidade de crime já causou pânico a muitas famílias da capital. Diante do aumento do número de casos, a Secretaria de Segurança Pública repassa orientações para evitar que mais pessoas não caiam no golpe, que além de gerar pavor, impõe desfalques financeiros às vítimas.
O falso sequestro geralmente é perpetrado por criminosos que cumprem penas em unidades prisionais, principalmente dos estados do Rio de Janeiro e Ceará. Para ter sucesso em suas investidas, os bandidos fazem pesquisas em listas telefônicas e até em redes sociais da internet, o que os permite obter números de telefones residenciais e dados pessoas das vítimas. De posse das informações, fazem chamadas diversas, até conseguir seu intento.
Diante das crescentes investidas, é fundamental que o cidadão esteja bem informado para saber lidar com a situação e rechaçar o golpe. Cientes da intenção da polícia de reprimir os falsos sequestros, os criminosos estão sempre inventando novas táticas, que só podem ser neutralizadas a partir do momento em que as pessoas tiverem a real noção do crime ao qual estão expostos. A atitude das forças de segurança de orientam a população mostrar que o problema, por sua gravidade, está sendo tratado com importância devida.
O impressionante é que o número de vítimas do golpe continua elevado, apesar dos alertas frequentes. Ao divulgar a média de oito ocorrências diárias, a Seic se refere apenas aos casos de falso sequestro registrados na polícia. Isso porque há pessoas que não informam as ocorrências em delegacias, impedindo que se conheça o cenário real. Uma omissão que só atrapalha as ações de combate ao crime e abre caminho para novas investidas.
Verdadeira praga do sistema prisional, o uso de celulares por detentos está na raiz dos falsos seqüestros. Por isso, é preciso coibir a entrada dos aparelhos no cárcere, situação que já foi alvo de discussão até mesmo no Supremo Tribunal Federal (STF). De posse dos telefones móveis, muitos de alta tecnologia, os criminosos vasculham à vontade a vida dos cidadãos, obtendo as condições perfeitas para atingir seus alvos.
Orientação e inteligência policial. Somente a combinação desses dois fatores pode levar ao recuo dos casos falso sequestro. De sua parte, as autoridades de segurança pública devem continuar investindo em investigação e orientando as pessoas para que estas possam reconhecer a má intenção de quem está do outro lado da linha. Aos cidadãos, cabe procurar se informar ao máximo e retransmitir as orientações a todos dentro de casa, principalmente crianças, idosos e empregados.
Editorial publicado neste sábado em O Estado do Maranhão
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