Sob a administração do ex-governador, ex-deputado federal e candidato derrotado ao Senado nas últimas eleições, João Castelo, o Porto do Itaqui virou um verdadeiro barril de pólvora. A Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), presidida por ele, antes muito bem avaliada por seu modelo de gestão, hoje tem sua imagem manchada por sucessivas denúncias de irregularidades.
O escândalo mais recente envolve a Cefor Segurança Privada, favorecida com um contrato de R$ 4,2 milhões, em detrimento da empresa Santa Clara, que recebia R$ 800 mil – cinco vezes menos para prestar o mesmo serviço. A Cefor tem como um dos sócios Rodrigo Cordeiro Gonçalves, primo legítimo de João Castelo, que apesar de ter apenas 15% das ações da empresa (Domingos Alcântara Gomes é o sócio majoritário, com 70% das ações), teve participação decisiva para que a empresa vencesse a concorrência. O terceiro sócio é Rafael Mendes Alcântara, dono dos outros 15% do bolo acionário.
Mas há quem diga que o esquema que beneficiou a Cefor é apenas um dos muitos que se desenrolam no Itaqui. Fontes de dentro do próprio porto afirmam que há irregularidades muito mais graves se processando e caso venham à tona serão capazes de destituir Castelo da presidência da Emap e implicá-lo, junto com seus auxiliares mais próximos, em ações judiciais por crimes de malversação de dinheiro público.
O clima na área portuária é de extrema tensão. As trocas de acusações, ameaças e chantagens dão o tom à atmosfera de guerra ali vivenciada. Qualquer passo em falso de um dos envolvidos poderá resultar na explosão de uma bomba de alto teor destrutivo.