Com a decisão proferida pelo juiz Clodomir Sebastião Reis de manter a consulta prévia para reitor e vice-reitor da UFMA, nesta sexta-feira, 21, por meio remoto e eletrônico, cai por terra a tentativa da APRUMA – o Sindicato dos Professores da UFMA – de tumultuar o processo eleitoral atendendo os interesses dos candidatos de oposição à gestão. A manobra fracassada joga uma pá de cal na pretensão de uma minoria que, à pretexto de defender à comunidade universitária, não hesita em expor, vexatoriamente, a instituição ao descrédito perante à sociedade. A pantomima serve, na verdade, apenas para dar voz àqueles que não encontram apoio às suas propostas retrógradas.
O método já é conhecido, sempre falha, mas dá sustentação à uma militância sem projetos para o desenvolvimento da Instituição, visando exclusivamente a sobrevivência do grupo, custe o que custar. A estratégia garante um naco de poder a um gueto da academia que diz defender a democracia, mas se recusa a aceitar as regras do jogo. Para tanto, comete todo tipo de assédio, desqualifica servidores da instituição, acusa sem provas e manipula informações para tentar confundir a opinião pública.
As evidências para desconstruir a narrativa capciosa do grupo são fartas. Senão, vejamos. A Resolução que instituiu o sistema de votação para a consulta pública de forma remota foi aprovada por ampla maioria dos integrantes do Conselho Universitário – CONSUN (67 votos a favor, 17 contra e duas abstenções). O CONSUN é o órgão máximo deliberativo, normativo e de avaliação da UFMA, competindo-lhe decidir sobre as questões estatutárias e regimentais, gestão da política de ensino, pesquisa e extensão e sobre as diretrizes administrativas em geral.
Conselheiros ligados à APRUMA usaram de todo artifício para obstruir a votação na reunião do CONSUN, colocando sob suspeição a idoneidade dos profissionais responsáveis pelo Sistema de Tecnologia de Informação da UFMA. Convém ressaltar que um dos conselheiros e candidato a reitor, apoiado agora pela APRUMA, foi eleito, há pouco mais de um ano, para o cargo de Diretor de Centro por meio desse sistema. Não havia, outrora, nada que desabonasse a conduta dos agentes que, agora, tentam macular.
Fragorosamente derrotada, a ala oposicionista não se conformou com a decisão da maioria, como deveria se esperar de uma entidade representativa de classe. Ao mesmo tempo, tratou de alardear especulações sobre uma suposta fragilidade do sistema, desenvolvido com foco especial na segurança, na privacidade dos eleitores e na transparência do processo de votação. O objetivo era desacreditar as regras da consulta e criar um clima que lhe desse fôlego para buscar uma manobra via judicial.
A decisão da Justiça não deixa dúvidas ao afirmar que “a Resolução n. 454-CONSUN, apenas regulamentou e definiu que a consulta à comunidade universitária se dará por meio remoto, hipótese, como dito, já prevista no Estatuto, de modo que não houve mudança nas regras do processo eleitoral sob debate”.
Esse é só mais um dos embates que a Associação dos Professores trava para criar dificuldades à qualquer medida adotada pela gestão que signifique avanços e traga benefícios para a Universidade. O exemplo mais emblemático se deu com a implantação do REUNI, a política de expansão do ensino superior federal implantada há 15 anos.
Criado pelo governo Lula em 2007, o REUNI foi responsável por dobrar o número de vagas nas universidades federais. O reitor à época, Natalino Salgado, o mesmo de hoje, foi um dos primeiros a compreender a importância dessa ação e travou uma dura batalha para a adesão da UFMA ao Programa de Expansão de Vagas no Ensino Superior Público. A APRUMA foi contra.
O Programa previa investimentos massivos no ensino superior público, ampliando substancialmente os recursos destinados ao ensino, à pesquisa e a extensão. Com a adesão, A UFMA se expandiu para o interior do estado, criando oportunidade para que milhares de maranhenses das mais diversas regiões pudessem cursar uma universidade.
O tempo provou quem tinha razão. De um lado, estavam os que defendiam o acesso de milhares de jovens ao ensino superior público e o avanço da ciência e tecnologia. Do lado oposto, que a história se encarregou de mostrar equivocados, os mesmos derrotados de agora. É triste imaginar o que seria hoje da universidade pública se os que eram contra tivessem vencido.