
Além de crime contra o patrimônio histórico e cultural, a invasão e depredação da Fonte das Pedras são demonstrações claras do abandono de São Luís pelas últimas administrações municipais. O monumento secular, construído em 1615, apenas três anos após a fundação da cidade, está com as bicas entupidas, banheiros em péssimas condições, acúmulo de lixo, além de estar servindo de abrigo para indigentes. A precariedade vem inibindo a visitação à fonte, que já foi um dos principais cartões postais da capital maranhense.
O estado lastimável da Fonte das Pedras se deve, principalmente, à falta de segurança, uma vez que a Guarda Municipal deixou de atuar no logradouro. Sem vigilância, o local tornou-se alvo fácil para vândalos e usuário de drogas, que buscam ali esconderijo para consumir crack e outros entorpecentes. Aos poucos, a fonte vem sendo transformada em lixão. O acúmulo de sujeira traz como consequência a morte de peixes, antes um dos principais atrativos do monumento.
No tocante à falta de vigilância, é fundamental que a Prefeitura de São Luís restabeleça o monitoramento pela Guarda Municipal. Ou mesmo contrate uma empresa de segurança privada para resguardar esse bem tão inestimável aos ludovicenses. Do contrário, corre-se o risco de a fonte sofrer danos irreparáveis, que inviabilizem, definitivamente, sua condição de item precioso do acervo histórico do capital.
Estranha o fato de o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) manter-se em silêncio em relação à situação deplorável da Fonte das Pedras. Como guardião da riqueza cultural e histórica das cidades brasileiras, o órgão deveria ser a primeira voz a se levantar contra o abandono do monumento, cobrando da prefeitura explicação para o descaso. E, de forma urgente, destinar recursos para a revitalização do logradouro, restabelecendo, assim, seu potencial como atrativo turístico.
A última melhoria na Fonte das Pedras foi feita em outubro do ano passado. Mas a iniciativa não partiu do poder público. Foi necessária a intervenção de uma operadora de telefonia móvel e do Instituto de Cidadania Empresarial (ICE) e da ONG Nossa São Luís, que durante duas semanas mobilizaram 80 pessoas para pintar paredes, grades, bancos e muralhas, além de terem refeito todo o paisagismo. Foi uma atitude louvável, respaldada pelo IPHAN. Infelizmente, nem a gestão municipal da época, muito menos a atual, não agiram com o mesmo zelo.
Por pura negligência, habitantes e turistas estão privados de um espaço aprazível, digno da mais arrebatadora contemplação. Um governante que relega ao descaso um bem tão valioso como a Fonte das Pedras dá um verdadeiro atestado de incompetência e falta de compromisso com o povo e com a própria história da cidade. Se a administração passada falhou ao não promover a conservação do monumento, a atual gestão comete erro ainda mais grave, pois adota as mesmas práticas que condenava antes de chegar ao poder.
Editorial publicado neste sábado em O Estado do Maranhão
Daniel, sempre venho aqui dar uma olhada no seu blog, que imagino ser jornalistico. Mas eu não vejo você jogar um grãozinho de areia na gestão da governadora… Já a prefeitura, você passa parecer o demônio, que nada tá certo, tá tudo errado, nunca faz nada. E o Governo do Estado? Será que é só “perfeição”. Não sei! Gostaria que você(s)blogueiro(s) desse(em)uma olhadinha pro governo do Estado também. Afinal ainda somos um Estado misseravel, o mais pobre da federação… E esse povo que tá no comando faz uma coisinha aqui outra ali e continuamos na mesma. A velha politica do pão e circo!!!! Não tenho nada conta você “tasca o pal na prefeitura” tem que faz-lo se esta agindo contra os interesses da população. Mais você é jornalista e tem que passar a verdade como ela se apresenta seja pra falar de quem for. ok?
Resposta: as críticas sobre a violência no Maranhão, e principalmente em São Luís, recaem diretamente sobre o Governo do Estado. Isso ninguém pode negar. Veja o arquivo do blog.