Números consolidados pela Anatel revelam, ainda, que no estado há 97 unidades de ensino que funcionam sem energia elétrica
O Maranhão é uma das 27 unidades da federação com os menores índices de conectividade nas escolas públicas federais, estaduais e municipais. No estado, nada menos do que 89,6% das 10.497 unidades de ensino pesquisadas – 9.406 – não têm laboratório de informática, o segundo pior desempenho do país, atrás apenas do Acre, com 90,9%. Os dados são do Painel Conectividade nas Escolas, elaborado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Os números disponibilizados foram compilados até dezembro de 2022 e são o resultado consolidado de diversas fontes, como o Censo Escolar (2021), o Programa de Banda Larga nas Escolas (PBLE), a Conectividade em Escolas Rurais, o Medidor Educação Conectada, o Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão (Gesac) e o Nordeste Conectado.
O levantamento da Anatel aponta, ainda, que o Maranhão é o estado com a sexta maior taxa de escolas sem acesso à internet: 11,9% (1.252), só à frente do Acre (46,0%), Amazonas (40,9%), Roraima (36,1%), Pará (27,9%) e Amapá (27,5%). Quanto às unidades de ensino sem energia elétrica, o percentual é de 0,9%, o que corresponde a 97 estabelecimentos educacionais mantidos pelo poder público sem ligação à rede de fornecimento energético, um grave transtorno, pois compromete a iluminação, a ventilação, as atividades pedagógicas de rotina e, por consequência, o rendimento dos alunos dentro e fora de sala de aula.
Sem laboratórios
A lista de cidades do Maranhão sem uma única escola equipada com laboratório de informática é extensa, conforme revela o painel divulgado pela Anatel. Algumas delas são Altamira do Maranhão, Anajatuba, Boa Vista do Gurupi, Bom Jesus das Selvas, Cidelândia, Davinópolis, Duque Bacelar, Junco do Maranhão e Lagoa Grande do Maranhão.
Já a falta de energia elétrica ainda é uma triste realidade em escolas de Alto Parnaíba (51,5%), Feira Nova do Maranhão (18,2%), Marajá do Sena (10,5%), Sambaíba (8,3%), Barra do Corda (6,7%), Carolina (6,1%), Centro Novo do Maranhão (6%), Jenipapo dos Vieiras (5,4%), Itaipava do Grajaú (5,3%), São Bento (4,9%), Cândido Mendes (4,7%), Araguanã (4,2%), dentre outros municípios.
Piores cenários
Dos municípios maranhenses com escolas sem acesso à internet, os piores cenários estão em Alto Parnaíba (66,6%), Santo Amaro do Maranhão (51,1%), Marajá do Sena (50%), Sambaíba (50%) e São Francisco do Maranhão (41,9%). Já as cidades com maior percentual de estabelecimentos de ensino conectados à rede mundial de computadores são São Luís (317), Caxias (238), Grajaú (209), Barra do Corda (179) e Codó (173).
Ainda de acordo com o Painel Conectividade nas Escolas, as unidades de ensino das áreas rurais são as mais desprovidas de acesso à internet e de energia elétrica. Enquanto nas regiões urbanas, 2,9% das escolas não têm conexão com a internet, o que equivale a 93, nas regiões rurais, esse índice chega a 15,8% (1.159).
Em relação às unidades de ensino sem ligação à rede elétrica, o Maranhão ainda não conseguiu zerar essa deficiência. A taxa de quase 1% refere-se apenas a escolas situadas no ambiente rural.
Panorama nacional
No final de 2022, 3,4 mil escolas no país (2,5%) não tinham acesso a rede de energia elétrica, 9,5 mil (6,8%) não dispunham de acesso à Internet e 46,1 mil (33,2%) não possuíam laboratórios de informática.
A estruturação dessas informações em um banco de dados foi feita por iniciativa do Grupo de Acompanhamento do Custeio a Projetos de Conectividade de Escolas (Gape), criado em atendimento ao Edital do Leilão de 5G. As proponentes vencedoras da faixa de 26 GHz, vale lembrar, assumiram compromisso de investir R$ 3,1 bilhões para conectividade de escolas públicas.
O atraso permanece no nosso Estado! Lamentável!