A secretária municipal de Trânsito e Transportes, Myriam Aguiar, é alvo de rejeição de grande parte dos servidores a ela subordinados. Por ter aumentado o rigor quanto ao horário de entrada e saída dos funcionários e adotado outras medidas consideradas moralizadoras, Myriam passou a ser apelidada de “Dama de Ferro” e vem sendo taxada de arrogante em praticamente todos os setores da SMTT.
Por enquanto, as críticas são feitas nos bastidores. Mas a tendência é que a tensão entre ela e os servidores aumente, já que a secretária se mostra a cada dia mais inflexível em relação a algumas práticas tidas como inadequadas que marcam a rotina do órgão, historicamente.
Muitos servidores classificam a chefa de arrogante pelo fato de ela exaltar, com frequência, o seu próprio currículo – Myrian é administradora de empresas e já ocupou cargos de gestão no Serviço Social de Transportes e no Serviço Nacional de Aprendizagem de Transportes (Sest/Senat). Foi ainda superintendente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiras (SET), além de ser esposa do dono de uma das maiores empresas que exploram o serviço de transporte coletivo na capital.
Já houve até servidor que aconselhou a secretária a atuar na iniciativa privada, uma vez que seus métodos não se aplicam ao serviço público, onde a dinâmica é “diferente”.
Myriam Aguiar está prestes a se defrontar, talvez, com o seu maior desafio como secretária de Trânsito e Transportes: uma possível greve de motoristas e cobradores e todos os transtornos que costumam decorrer desse tipo de movimento. Isso porque a negociação salarial entre os sindicatos patronal e de trabalhadores vem sendo marcada novamente por um impasse, com tendência a evoluir para uma paralisação. Seu desempenho no conflito poderá ser decisivo para sua permanência ou não no cargo.
Se não demonstrar firmeza e competência para evitar a possível greve, a secretária provará que não está apta a comandar a pasta. Mas se for bem sucedida, sairá fortalecida e com carta branca para continuar impondo seu estilo de gestão, para desespero dos servidores.