Esquema, que tem impedido centenas de pessoas de embarcar todos os dias, já foi relatado à polícia

Usuários do transporte por ferryboat que interliga a Ilha de São Luís e a Baixada Maranhense denunciam um esquema de fraude na venda de passagens para a travessia a partir do Terminal da Ponta da Espera, na capital. Segundo os denunciantes, os bilhetes são vendidos a preços mais altos por atravessadores, que compram os tíquetes de forma antecipada com a intenção de lucrar com o caos e a irregularidade na administração do serviço.
De acordo com relatos de usuários prejudicados pela esperteza de terceiros e pela omissão do Governo do Estado, responsável pela gestão do transporte por ferryboat, pessoas não identificadas compram os bilhetes nos guichês pelos valores de tabela e os revendem com margem inflacionada, algo semelhante ao que é praticado por cambistas em shows culturais e eventos esportivos. Como a procura por passagens é intensa e a comercialização dos bilhetes via internet não está ocorrendo, inexplicavelmente, há sempre quem esteja disposto a pagar mais para embarcar.
O resultado da fraude são filas enormes, em todos os horários de viagens, longa espera e inúmeras reclamações de passageiros impedidos de chegar aos seus destinos por falta de fiscalização. Nem mesmo idosos, crianças e idosos são poupados da agonia de aguardar o embarque sem qualquer perspectiva.
Caso de polícia
O esquema já virou caso de polícia, pois um grupo de usuários, inconformados com a falta de passagens, e após descobrirem o que estava acontecendo, denunciaram a falcatrua a um sargento da PM que estava de serviço na Ponta da Espera no último dia 26 de agosto, uma sexta-feira, dia em que o movimento na travessia até o Cujupe e na rota até São Luís é ainda maior. O policial se comprometeu a averiguar os fatos, mas ainda não há informação oficial sobre a suposta apuração.
Como se não bastasse o ato ilícito configurado pela venda de passagens por atravessadores a preços acima da tabela, o serviço continua sendo prestado de forma ineficiente, bem diferente da versão alardeada por candidatos governistas na campanha eleitoral.
O vídeo abaixo detalha o esquema fraudulento: