Quando a humanidade fala mais alto; um apelo contra o projeto desumano aprovado na Câmara de São Luís

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Por Marlon Botão, líder e militante político há mais de 40 anos

Marlon Botão: “Senti um profundo orgulho ao ver meu filho, o vereador Marlon Botão (PSB), se levantar com firmeza e coragem contra esse projeto injusto”

Nasci em um tempo em que o preconceito era norma. Em que quem fosse um pouco diferente tinha que esconder isso do mundo para sobreviver. Era um Brasil duro, muitas vezes cruel, onde a empatia era privilégio de poucos. Mas a vida me presenteou com algo que carrego com muito zelo: uma formação humanística, enraizada no Evangelho, nos valores cristãos mais essenciais — aqueles que nos ensinam que todos nós, sem exceção, somos irmãos e irmãs, feitos à imagem e semelhança de Deus.

Foi com dor no peito que assisti à aprovação do Projeto de Lei nº 201/23 na Câmara Municipal de São Luís. Um projeto que, sob o pretexto de proteger, acaba por excluir. Que, em nome da segurança de algumas, fere a dignidade de outras. E pior: o faz de forma institucional, legalizada, como se a humilhação de pessoas trans pudesse ser legitimada por um voto.

Não estou aqui para fazer um discurso ideológico. Não se trata disso. Trata-se de humanidade. Essa coisa que anda tão em falta no cenário político atual, seja aqui ou alhures.

Quando vi mulheres trans sendo chamadas de “pessoas que nasceram com sexo biológico masculino, mas se identificam como mulheres”, senti vergonha. Não por elas — mas por nós, enquanto sociedade. Não podemos continuar tratando pessoas como se fossem problemas a serem isolados. Como católico, como leitor da Bíblia, como alguém que busca viver segundo os ensinamentos de Cristo, pergunto: em que momento Jesus ensinou que deveríamos excluir? Onde está na Palavra a justificativa para o medo do outro por ele ser diferente?

Ao contrário: Jesus tocava os intocáveis, comia com os rejeitados, acolhia os excluídos. Seu gesto mais radical foi amar quem o mundo mandava odiar. O que estamos fazendo com o legado de amor que Ele nos deixou?

Não é possível que sejamos indiferentes à dor de um grupo que já sofre tanto. Pessoas trans são assassinadas todos os dias no Brasil. Rejeitadas em suas casas, expulsas das escolas, empurradas para a marginalidade. E agora, até o direito de ir ao banheiro com dignidade lhes está sendo negado.

Chama-me atenção o argumento da “proteção às mulheres”. Como se mulheres trans não fossem também alvo constante de violência. Como se não houvesse outras formas, mais humanas, mais respeitosas, de lidar com a complexidade dessa questão. Criar espaços seguros não significa expulsar pessoas de espaços públicos. Significa construir alternativas com diálogo, com escuta, com empatia.

Senti um profundo orgulho ao ver meu filho, o vereador Marlon Botão (PSB), se levantar com firmeza e coragem contra esse projeto injusto. Ele tem sido uma voz de acolhimento, de defesa dos mais vulneráveis, e não posso deixar de dizer: como pai, meu coração se encheu de esperança ao ver que a luta pela humanidade continua nas mãos da nova geração.

Acredito que não há nada mais cristão do que defender o direito do outro existir com dignidade.

E por isso faço um apelo ao prefeito Eduardo Braide, que se elegeu com apoio popular, com o compromisso de governar para todos. Prefeito, neste momento, você tem a chance de mostrar grandeza. Não permita que São Luís fique marcada por uma lei que exclui, que fere, que humilha.

Use da sua humanidade. Vete esse projeto.

Porque a cidade que queremos construir para o futuro é uma cidade onde ninguém precise esconder quem é para poder existir. Onde o amor vença o medo. Onde a empatia fale mais alto do que o preconceito.

E é nesse espírito, o mesmo que me guiou ao longo de mais de 40 anos de militância, que quero deixar uma última reflexão. Se há algo que aprendi com a vida, é que não construiremos uma sociedade justa se continuarmos olhando para o outro com desconfiança, medo ou preconceito. Uma sociedade equilibrada só é possível quando damos as mãos, quando acolhemos quem mais precisa ser incluído, quando enxergamos no rosto do outro um espelho do nosso próprio.

A maior ferida de São Luís, hoje, não é apenas a pobreza material — é a exclusão social. A exclusão de quem vive à margem, sem afeto, sem voz, sem espaço de convivência.

A Câmara Municipal, que deveria ser um farol de acolhimento e empatia, a Casa de todos os ludovicenses, infelizmente tem se mostrado, muitas vezes, um espaço onde ainda reina a ideia equivocada de que excluir é proteger. Onde se acredita que manter privilégios para poucos é o caminho para a paz. Mas eu não acredito nisso. Acredito que essa exclusão contínua, legitimada pelo poder público, só pode nos levar a um destino perigoso: o da barbárie. O da indiferença. O do esquecimento do outro.

Por isso, nesta Semana Santa — tempo de silêncio, reflexão e renovação — deixo aqui meu apelo: lembremos da lição mais radical que Jesus nos ensinou. O amor. Um amor que ultrapassa dogmas, diferenças e julgamentos. Um amor que se estende a todos, sem exceção, como Ele próprio viveu e pregou.

Como nos disse Cristo em João 13:34-35: “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.”

Que possamos, à luz dessa palavra, construir uma cidade onde ninguém seja forçado a viver nas sombras. Viva o amor — o amor que não pergunta quem você é, mas estende a mão. O amor que acolhe, que compreende, que transforma. Viva o amor, independentemente do credo religioso, da posição política, da ideologia ou da identidade de cada um.

Viva o amor. Porque só ele pode nos salvar da escuridão.

Quando a humanidade fala mais alto; um apelo contra o projeto desumano aprovado na Câmara de São Luís

Por Marlon Botão, líder e militante político há mais de 40 anos

Nasci em um tempo em que o preconceito era norma. Em que quem fosse um pouco diferente tinha que esconder isso do mundo para sobreviver. Era um Brasil duro, muitas vezes cruel, onde a empatia era privilégio de poucos. Mas a vida me presenteou com algo que carrego com muito zelo: uma formação humanística, enraizada no Evangelho, nos valores cristãos mais essenciais — aqueles que nos ensinam que todos nós, sem exceção, somos irmãos e irmãs, feitos à imagem e semelhança de Deus.

Foi com dor no peito que assisti à aprovação do Projeto de Lei nº 201/23 na Câmara Municipal de São Luís. Um projeto que, sob o pretexto de proteger, acaba por excluir. Que, em nome da segurança de algumas, fere a dignidade de outras. E pior: o faz de forma institucional, legalizada, como se a humilhação de pessoas trans pudesse ser legitimada por um voto.

Não estou aqui para fazer um discurso ideológico. Não se trata disso. Trata-se de humanidade. Essa coisa que anda tão em falta no cenário político atual, seja aqui ou alhures.

Quando vi mulheres trans sendo chamadas de “pessoas que nasceram com sexo biológico masculino, mas se identificam como mulheres”, senti vergonha. Não por elas — mas por nós, enquanto sociedade. Não podemos continuar tratando pessoas como se fossem problemas a serem isolados. Como católico, como leitor da Bíblia, como alguém que busca viver segundo os ensinamentos de Cristo, pergunto: em que momento Jesus ensinou que deveríamos excluir? Onde está na Palavra a justificativa para o medo do outro por ele ser diferente?

Ao contrário: Jesus tocava os intocáveis, comia com os rejeitados, acolhia os excluídos. Seu gesto mais radical foi amar quem o mundo mandava odiar. O que estamos fazendo com o legado de amor que Ele nos deixou?

Não é possível que sejamos indiferentes à dor de um grupo que já sofre tanto. Pessoas trans são assassinadas todos os dias no Brasil. Rejeitadas em suas casas, expulsas das escolas, empurradas para a marginalidade. E agora, até o direito de ir ao banheiro com dignidade lhes está sendo negado.

Chama-me atenção o argumento da “proteção às mulheres”. Como se mulheres trans não fossem também alvo constante de violência. Como se não houvesse outras formas, mais humanas, mais respeitosas, de lidar com a complexidade dessa questão. Criar espaços seguros não significa expulsar pessoas de espaços públicos. Significa construir alternativas com diálogo, com escuta, com empatia.

Senti um profundo orgulho ao ver meu filho, o vereador Marlon Botão (PSB), se levantar com firmeza e coragem contra esse projeto injusto. Ele tem sido uma voz de acolhimento, de defesa dos mais vulneráveis, e não posso deixar de dizer: como pai, meu coração se encheu de esperança ao ver que a luta pela humanidade continua nas mãos da nova geração.

Acredito que não há nada mais cristão do que defender o direito do outro existir com dignidade.

E por isso faço um apelo ao prefeito Eduardo Braide, que se elegeu com apoio popular, com o compromisso de governar para todos. Prefeito, neste momento, você tem a chance de mostrar grandeza. Não permita que São Luís fique marcada por uma lei que exclui, que fere, que humilha.

Use da sua humanidade. Vete esse projeto.

Porque a cidade que queremos construir para o futuro é uma cidade onde ninguém precise esconder quem é para poder existir. Onde o amor vença o medo. Onde a empatia fale mais alto do que o preconceito.

E é nesse espírito, o mesmo que me guiou ao longo de mais de 40 anos de militância, que quero deixar uma última reflexão. Se há algo que aprendi com a vida, é que não construiremos uma sociedade justa se continuarmos olhando para o outro com desconfiança, medo ou preconceito. Uma sociedade equilibrada só é possível quando damos as mãos, quando acolhemos quem mais precisa ser incluído, quando enxergamos no rosto do outro um espelho do nosso próprio.

A maior ferida de São Luís, hoje, não é apenas a pobreza material — é a exclusão social. A exclusão de quem vive à margem, sem afeto, sem voz, sem espaço de convivência.

A Câmara Municipal, que deveria ser um farol de acolhimento e empatia, a Casa de todos os ludovicenses, infelizmente tem se mostrado, muitas vezes, um espaço onde ainda reina a ideia equivocada de que excluir é proteger. Onde se acredita que manter privilégios para poucos é o caminho para a paz. Mas eu não acredito nisso. Acredito que essa exclusão contínua, legitimada pelo poder público, só pode nos levar a um destino perigoso: o da barbárie. O da indiferença. O do esquecimento do outro.

Por isso, nesta Semana Santa — tempo de silêncio, reflexão e renovação — deixo aqui meu apelo: lembremos da lição mais radical que Jesus nos ensinou. O amor. Um amor que ultrapassa dogmas, diferenças e julgamentos. Um amor que se estende a todos, sem exceção, como Ele próprio viveu e pregou.

Como nos disse Cristo em João 13:34-35: “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.”

Que possamos, à luz dessa palavra, construir uma cidade onde ninguém seja forçado a viver nas sombras. Viva o amor — o amor que não pergunta quem você é, mas estende a mão. O amor que acolhe, que compreende, que transforma. Viva o amor, independentemente do credo religioso, da posição política, da ideologia ou da identidade de cada um.

Viva o amor. Porque só ele pode nos salvar da escuridão.

1 comentário para "Quando a humanidade fala mais alto; um apelo contra o projeto desumano aprovado na Câmara de São Luís"


  1. Jaci

    Esses esquerdistas acham que ainda convencem com esse tipo de discurso. Querem negar a CIÊNCIA???
    Esse nosso Brasil tá de mal a pior com essa turma do barulho.

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