Com a 3ª maior população de origem africana do Brasil, Maranhão é ignorado em calendário nacional do IPHAN no Mês da Consciência Negra

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Apesar de ter 79% da sua população formada por pessoas de descendência africana – a terceira maior taxa do país – o Maranhão foi solenemente ignorado no calendário de eventos elaborado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) no Mês da Consciência Negra. A programação é alusiva ao dia 20 de novembro, data oficializada como feriado nacional desde 21 de dezembro de 2023, para lembrar a morte de Zumbí, líder do Quilombo dos Palmares, ocorrida em 1695, quando ele tinha 40 anos de idade.

A programação elaborada pelo IPHAN para marcar o Mês da Consciência Negra contará com uma série de eventos, nos seguintes estados: Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Roraima e Tocantins. Estranhamente, só uma das unidades da federação escolhidas pela autarquia federal para sediar eventos com temática relacionada à data tem maior presença de negros do que o Maranhão: Bahia.

O IPHAN destaca como inédita a sua iniciativa de promover o ciclo de eventos “Mês da Consciência Negra Iphan”, pensado como uma estratégia institucional ampla de promoção do patrimônio cultural de matriz africana. A idealização é do Comitê Permanente para Preservação do Patrimônio Cultural de Matriz Africana (Copmaf), criado pelo Instituto em 2023, e conta com o engajamento das diferentes unidades e superintendências do o instituto, que propuseram ações com parceiros de diferentes níveis da federação e da sociedade civil. 

A autarquia frisa que, embora eventos voltados ao patrimônio de matriz africana e celebração da consciência negra já sejam realizados no instituto, a reunião dessas ações em uma grande iniciativa marca um passo institucional importante para a valorização desse patrimônio. 

“Ao longo deste mês, nossos departamentos, superintendências estaduais e unidades especiais estarão especialmente voltados para ações de valorização do patrimônio de matriz africana e, mais do que isso, em atividades que possam envolver e conectar a sociedade com o tema. Seguimos engajados em projetar e apresentar o Brasil real para si mesmo, um Brasil negro, diverso, e que muito nos orgulha”, afirma o presidente do Iphan, Leandro Grass.

Questionar o IPHAN sobre a exclusão do estado com terceiro maior percentual de população descendência africana do calendário de eventos alusivo ao Mês da Consciência Negra é uma atitude mais do que oportuna.

Saiba mais aqui.

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