Dois primeiros satélites de fabricação brasileira irão a órbita a partir do Centro de Lançamento de Alcântara em 2025

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Três artefatos voarão, por meio da AEB, no lançamento orbital da empresa coreana Innospace que será realizado em na base aeroespacial localizada no Maranhão

Primeiros satélites nacionais serão lançados de território brasileiro

A empresa sul-coreana Innospace, que, em março de 2023, realizou o seu primeiro lançamento a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, planeja realizar novos lançamentos em 2025. O primeiro deles já levará tecnologia brasileira a bordo. Ao longo do próximo ano estão previstas outras operações de lançamentos orbitais a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), com carga útil da Agência Espacial Brasileira (AEB) e de outros clientes da empresa sul-coreana.

Pelo menos três artefatos feitos em parceria com a AEB voarão no Veículo Lançador Coreano previsto para ser lançado de Alcântara. Os Cubesats Golds-UFSC (Global Open Collect Data System) e o Conasat-1. Estes dois serão os primeiros satélites brasileiros na história do País a serem lançados de território brasileiro. O terceiro artefato será o Sistema de Navegação Inercial/GNSS (SNI), desenvolvido por meio de encomenda tecnológica da Agência Espacial Brasileira (AEB) às empresas nacionais Concert Space, do grupo Concert Technologies, Cron e Horuseye Tech.

Construído pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e com a Agência Espacial Brasileira (AEB), o Cubesat Golds-UFSC é um satélite de tamanho 2U, para aplicações de coleta de dados ambientais. Já o Conasat-1, feito pelo INPE em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte é um Cubesat de padrão 1U. Ele também é um satélite com aplicações para coleta de dados ambientais e atuará em conjunto com o Golds-UFSC.  

Os dois Cubesats testarão, em voo, o Environmental Data Collector (EDC), construído pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A missão do Golds-UFSC e do Conasat-1, além de qualificar o EDC, será também contribuir com o fornecimento de dados para o Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Ambientais (SBCDA), ajudar no monitoramento e na preservação do meio ambiente e, com isso, gerar benefícios para a sociedade brasileira.

Quando os primeiros satélites da história do País a serem lançados a partir de Alcântara estiverem em órbita, o Brasil buscará aumentar a capacidade de coleta de dados de forma estável, com menor custo e maior precisão, para beneficiar o Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Ambientais (SBCDA). São soluções modernas e econômicas para ampliar a capacidade do Brasil de coletar dados ambientais via nanossatélites, e contribuir para a modernização do monitoramento ambiental do País.

O Sistema de Navegação Inercial/GNSS (SNI), terceiro artefato, foi desenvolvido por meio de encomenda tecnológica da Agência Espacial Brasileira (AEB) à indústria nacional. Construída pelas empresas brasileiras Concert Space, do grupo Concert Technologies, Cron e Horuseye Tech, a plataforma determina, com precisão, por exemplo, dados sobre posição e velocidade de veículos diversos. O SNI também tem aplicação para internet das coisas, drones, veículos terrestres e marítimos.

Sobre a Concert Technologies

A Concert Technologies apoia o Programa Espacial Brasileiro há mais de 30 anos. A empresa se destaca dentro dos segmentos de defesa e aeroespacial por ser responsável pelo fornecimento de diversos sistemas de preparo, lançamento e rastreio de operações para os Centros de Lançamento de Alcântara (CLA) e da Barreira do Inferno (CLBI). A participa de importantes iniciativas de New Space como o MLBR – Microlançador Brasileiro, que é um veículo lançador de pequeno porte, o YaraTracker – software baseado em fermentas de Inteligência Artificial para identificação, classificação e monitoramento de corpos d’água, assim como o BIFROST – projeto da própria Concert Space que visa a operação de uma constelação de satélites de imageamento para sensoriamento remoto em órbita equatorial.  

Sobre a Horuseye Tech

A Horuseye Tech foi fundada em janeiro de 2016, inicialmente como empresa de consultoria, dedicando-se depois ao desenvolvimento de sistemas e produtos com outras empresas parceiras de grande experiência em hardware e software para a área espacial. Desde 2018 tem se dedicado a desenvolvimentos na área de plataformas para cubesats, com soluções de hardware e software, incluindo o projeto de algoritmos e simulações envolvidos na definição do software de bordo. A empresa é especializada no desenvolvimento completo de sistemas de navegação, guiamento e controle de veículos aéreos e espaciais.

Sobre a Cron

A Cron foi fundada em 2015 por ex-funcionários do INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e do DCTA – Departamento de Ciência e Tecnologia da Aeronáutica. Atuou, através dos seus fundadores, no desenvolvimento do primeiro satélite brasileiro, o SCD-1 e 2, e nos primeiros satélites do programa CBERS, assim como nas primeiras missões nacionais com o uso de nanosats/cubesats. Desenvolve missões espaciais com o uso de cube e nanosats, desde a sua concepção até a sua operação, passando pelo seu desenvolvimento e lançamento. Também, trabalha com o uso dos dados produzidos por estas e outras missões existentes, para SatIoT e gestão agrícola.

Sobre o SpceLAB

O SpaceLab reúne vários grupos de pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Os diferentes grupos conduzem atividades de pesquisa e desenvolvimento em sistemas espaciais em geral, visando tornar o espaço mais acessível não apenas à comunidade científica, mas também à indústria. As missões em destaque incluem FloripaSat-1, GOLDS-UFSC e GOMX-5. O SpaceLab trabalha com o compromisso de expandir horizontes e democratizar o espaço, com responsabilidade, ética e visão de conjunto. A importância das pesquisas desenvolvidas pelo SpaceLAB, todas desenvolvidas em uma universidade pública e gratuita (UFSC), uma grande contribuição para o avanço tecnológico e científico do Brasil. A capacidade de desenvolver e gerenciar satélites que coletam dados críticos para o monitoramento ambiental e a segurança do território nacional, utilizando recursos sustentáveis e de baixo custo, é um exemplo concreto de como a pesquisa realizada em instituições públicas pode gerar benefícios diretos à sociedade.

Sobre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)

O INPE é uma Unidade de Pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Foi criado em 1961 com o objetivo de capacitar o país nas pesquisas cientificas e nas tecnologias espaciais. Ao longo dos anos, suas atividades se ampliaram e a importância dos estudos vão desde assuntos complexos sobre a origem do Universo a aplicações de ciências como nas questões de desflorestamento das nossas matas. O Instituto é centro de excelência, e referência internacional, em pesquisas de ciências espaciais e atmosféricas, engenharia espacial, meteorologia, observação da Terra por imagens de satélite e estudos de mudanças climáticas.

Sobre o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA)

O Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) é uma Organização Militar, pertencente à Força Aérea Brasileira (FAB), que tem a missão de desenvolver soluções científico-tecnológicas no campo do Poder Aeroespacial, a fim de contribuir para a manutenção da soberania do espaço aéreo e a integração nacional. O DCTA é reconhecido no Brasil e no exterior como uma organização inovadora na produção de soluções científico-tecnológicas no campo do Poder Aeroespacial. Entre seus institutos, o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) destaca-se por realizar lançamentos e rastreios de engenhos aeroespaciais, enquanto o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) que tem por finalidade executar e apoia atividades de lançamento, rastreio de engenhos aeroespaciais e de coleta e processamento de dados de suas cargas úteis, além de realizar testes e pesquisas, contribuindo para o desenvolvimento de soluções científico-tecnológicas.

Sobre a INNOSPACE

A INNOSPACE, com sede na Coreia do Sul, é uma empresa especializada em manufatura e serviços de engenharia para os setores aeroespacial e de defesa. Líder global em tecnologia de foguetes híbridos, a empresa está desenvolvendo lançadores de pequenos satélites com propulsores híbridos para fornecer serviços de lançamento espaciais acessíveis, ágeis, sustentáveis e confiáveis, atendendo à crescente demanda do mercado de pequenos satélites.

Sobre a Agência Espacial Brasileira (AEB)

A Agência Espacial Brasileira (AEB), órgão central do Sistema Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (SINDAE), é uma autarquia pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), responsável por formular, coordenar e executar a Política Espacial Brasileira. Desde a sua criação, em 10 de fevereiro de 1994, a Agência trabalha para viabilizar os esforços do Estado Brasileiro na promoção do bem-estar da sociedade, por meio do emprego soberano do setor espacial.

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