Quadrilha aliciava idosos em situação de rua para obter benefícios assistenciais e previdenciários irregulares
A Força-Tarefa Previdenciária deflagrou, na manhã desta quarta-feira (18), a Operação Camisaria, com o objetivo de combater fraudes contra a Previdência Social no Maranhão. Durante a ação, foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão nos municípios de São Luís (MA), São José de Ribamar (MA), Santa Rita (MA) e Guimarães (MA). Além disso, a Justiça Federal determinou ainda a quebra dos sigilos bancário e fiscal e o sequestro de bens dos investigados.
A investigação, que teve início em abril deste ano, identificou que, além de cometer fraudes esporádicas, o grupo se especializou em aliciar idosos vulneráveis e em situação de rua para que se passassem por beneficiários do INSS. Novos documentos de identificação eram fabricados com as fotos desses idosos, com o objetivo de enganar funcionários de instituições bancárias e, assim, sacar os valores dos benefícios previdenciários.
Após realizar os saques e até mesmo realizar empréstimos bancários, os idosos recebiam uma quantia ínfima e eram devolvidos às ruas, até que o grupo precisasse utilizá-los novamente. Assim, várias dessas pessoas vulneráveis foram exploradas diversas vezes pelo grupo criminoso.
De acordo com a Coordenação-Geral de Inteligência da Previdência Social (CGINP) do Ministério da Previdência Social, o prejuízo identificado com 45 benefícios ativos chega a R$ 930 mil. A economia projetada com a futura suspensão dos benefícios atinge a cifra de R$ 10,8 milhões.
Os investigados responderão pelos crimes de estelionato majorado contra o INSS, falsificação de documentos públicos e associação criminosa. Se somadas, as penas podem ultrapassar 15 anos de prisão.
A operação recebeu o nome de Camisaria em virtude do apelido dado pelos criminosos aos suportes originais dos documentos de identidade fraudados, chamados por eles de “camisa”.
Há 24 anos, a Força-Tarefa Previdenciária é integrada pelo Ministério da Previdência Social e pela Polícia Federal, que atuam em conjunto no combate a crimes estruturados contra o sistema previdenciário. No Ministério da Previdência Social, cabe à Coordenação-Geral de Inteligência da Previdência Social detectar e analisar os indícios de crimes e fraudes organizadas.