O vereador Marlon Botão (PSB) afirmou, nesta semana, que só há uma forma de resolver o histórico problema de abastecimento de água nas comunidades de São Luís: direcionando mais investimentos para a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema).
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De acordo com o parlamentar, atualmente, a Caema não tem condições de atender de maneira satisfatória a população maranhense – e em especial a de São Luís – por causa do orçamento que não tem acompanhado a crescente demanda do estado.
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“O Maranhão cresceu muito nas últimas décadas, e na capital, que é o centro de desenvolvimento do estado, não foi diferente. Por aqui também tivemos um crescimento expressivo, e por vezes desenfreado, com ocupações irregulares, o que agravou ainda mais o já histórico problema de abastecimento em todas as regiões da cidade”, disse.
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“Então, é urgente que o estado direcione mais investimentos para a Caema, porque o orçamento atual não tem acompanhado a demanda cada vez maior da população. A realidade que temos visto, especialmente em regiões empobrecidas de São Luís, como a Zona Rural e a área Itaqui-Bacanga, é um caos no sistema de abastecimento, que tem prejudicado milhares de famílias”.
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Indicação
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Marlon Botão destacou que apresentou nesta semana, na Câmara Municipal de São Luís, uma indicação ao governador para que o estado direcione mais recursos para a Caema, para possibilitar a expansão do sistema de abastecimento de São Luís.
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“Conhecendo de perto a realidade da nossa capital, especialmente da Zona Rural, onde eu moro, e da área Itaqui-Bacanga, onde o nosso mandato também é muito presente, eu estou convencido de que só com investimentos na Caema conseguiremos resolver o caos do abastecimento da nossa capital”, disse.
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“É por isso que apresentei indicação na Câmara, direcionada ao governador Carlos Brandão, para que neste momento em que o governo está contraindo novos empréstimos e financiamentos, solicite também uma linha de crédito específico para o fortalecimento da Caema; para que os projetos estruturantes da empresa (de ampliação do Sistema Italuís) sejam de fato operacionalizados e beneficiem a população. Não tenho dúvidas de que o nosso governador, com toda a sua inteligência política e capacidade de articulação, encontrará uma saída, o que o nosso mandato sugere quepode ser feito através do BNDES, por exemplo”.
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Caema pode melhorar atendimento na Itaqui-Bacanga e na Zona Rural
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Para Marlon Botão, os novos investimentos na Caema devem ser focados na ampliação do sistema de abastecimento da capital, melhorando o atendimento da empresa em áreas estratégicas e de grande densidade, como a área Itaqui-Bacanga e Zona Rural.
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“Nesses pouco mais de dois anos de mandato na Câmara Municipal, sempre perto das comunidades, conhecendo verdadeiramente a realidade de cada uma delas, e após a nossa audiência pública que discutiu o abastecimento da área Itaqui-Bacanga, ficou claro que precisamos encontrar formas mais efetivas para enfrentar esse problema. E, no meu entender, isso passa pelo investimento na ampliação do nosso sistema de abastecimento”, disse.
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“Destaco que na nossa audiência pública, que contou com representantes do governo, através da Caema, e da Vale, foi firmada uma parceria entre as duas empresas para dois projetos de expansão do Sistema Italuís – para que a água venha através do Gapara, num primeiro momento, e também da Vila Maranhão, ampliando consideravelmente o abastecimento e dando um passo significativo para solucionar o histórico problema de falta d´’água em regiões como Zona Rural e área Itaqui-Bacanga. Foi um direcionamento feito após levantamentos técnicos, e que certamente vai beneficiar milhares de famílias, mas que precisa de um aporte financeiro para ser concretizado”.
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O parlamentar afirmou que, caso o governo garanta o recurso, a empresa tem capacidade de executar os dois projetos.
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“Me debrucei sobre os dois projetos junto à minha equipe técnica, tive diversas reuniões com o presidente da Caema, Marcos Aurélio, e estou convencido de que, havendo recurso, a Caema tem condições de executar esses projetos de forma célere, acabando com o sofrimento de milhares de famílias, que finalmente terão acesso a água potável”, disse.
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“Esses dois projetos, voltados para a Zona Rural e a área Itaqui-Bacanga, foram dois dos principais encaminhamentos da nossa audiência pública, realizada no Gapara, e que vão garantir resultados positivos na prática. Porque a população dessas comunidades está cansada de promessas, essas famílias precisam de ações concretas. E é isso que estamos buscando garantir com o apoio indispensável do governo do estado”.
Poços artesianos
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Para Marlon Botão, grande parte das famílias da capital depende de poços artesianos que não atendem condições mínimas de qualidade. “Em São Luís, políticos sempre insistiram, e alguns continuam insistindo, nessa ideia de simplesmente perfurar novos poços, como se criar mais furos no chão fosse resolver alguma coisa. Essa prática na verdade criou um problema maior, porque a perfuração desenfreada do solo prejudica o meio ambiente e os lençóis freáticos. A verdade é que já temos poços artesianos suficientes, o que precisamos agora é garantir que eles atendam verdadeiramente a população”, disse.
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“Especialmente na Zona Rural e na área Itaqui-Bacanga, duas regiões de grande vulnerabilidade social, a maior parte do abastecimento é feita através de poços artesianos, o problema é que na quase totalidade desses poços a água não chega, e quando chega, não vem própria para o consumo. Ao longo dos últimos anos, recebemos inúmeras denúncias de moradores sobre famílias inteiras que adoeceram por causa do consumo de água contaminada de poços artesianos. E muitas famílias são obrigadas a consumir essa água suja porque não têm condições de comprar água mineral. Então, os nossos esforços devem ser concentrados na manutenção dos poços existentes e na fiscalização constante para garantir a qualidade da água que chega até as famílias”.
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O parlamentar destacou que pediu o suporte da Caema e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMAM) para um levantamento da qualidade de todos os poços da área Itaqui-Bacanga e da Zona Rural, para que se averigue a qualidade da água e o tipo de tratamento que deve ser feito para garantir o abastecimento de água potável o ano inteiro.
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“Solicitamos esse esforço conjunto da Caema e da SEMMAM para que possamos fazer esse estudo e garantir que a população da área Itaqui-Bacanga e da Zona Rural enfim tenha acesso a uma água limpa para o consumo”, disse.
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“Dessa forma, nós garantimos um direito básico que há décadas tem sido negado a essas famílias, e desafogamos o sistema de saúde, porque o consumo dessa água suja, como eu disse, tem adoecido muitas crianças, jovens, adultos e idosos na Zona Rural e na área Itaqui-Bacanga. Um problema que, se não for enfrentado desde já, pode acarretar em prejuízos irreversíveis à saúde da população”.
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Integração
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Atualmente, a Caema é responsável pelo abastecimento de aproximadamente 200 mil pessoas só na área Itaqui-Bacanga. “Essa dependência de poços de tornou um perigo porque há pouca intervenção do poder público, pouco controle. Então, eu sugiro que na área Itaqui-Bacanga, especialmente nas comunidades do Gapara, Argola e Tambor, Cidade Nova, Vila Sapinho, Vila Embratel, Alto da Esperança, Vila Isabel e Anjo da Guarda, nós tenhamos a integração desses poços, com suporte da prefeitura e da Caema, para que esses poços já existentes garantam o abastecimento das famílias, com água boa para o consumo”, disse.
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Vale água-mineral
O vereador ressaltou que o caos do abastecimento na área Itaqui-Bacanga motivou um projeto de lei (nº 102/23) para garantir que as famílias da região recebam o auxílio “vale água-mineral” enquanto o governo do estado não resolve o problema central.
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“Resolver a questão do abastecimento da área Itaqui-Bacanga e da Zona Rural acabou virando uma das minhas missões de vida enquanto parlamentar. Porque, diferente dos privilegiados que criticam a nossa proposição, eu vi de perto o sofrimento dessas milhares de famílias que muitas vezes não têm sequer água para matar a sede dos seus filhos”, disse.
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“Então, resolvemos atuar em duas frentes: ao mesmo tempo em que propomos soluções definitivas para o abastecimento de água, com os dois projetos de ampliação do Sistema Italuís, resolvemos garantir que as famílias não fiquem desabastecidas. Daí surgiu a ideia do auxílio vale água-mineral, para garantir que as famílias mais pobres, e que estejam cadastradas no Bolsa Família, tenham água para beber, tenham dignidade. O projeto já passou por diversas comissões e deve ser aprovado na Câmara”.
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De acordo com o texto do projeto, o auxílio vale água-mineral é voltado para famílias de baixa renda, que estejam cadastradas no Bolsa Família, e que comprovem a necessidade de receber o benefício. O auxílio tem valor previsto de R$ 40 mensais, para garantir que cada família possa adquirir dois galões de água mineral por semana.
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Competência
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Marlon Botão afirmou, ainda, que a Caema tem uma equipe competente e sensível às necessidades da população.
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“Além de técnicos capacitados, a Caema tem um presidente que tem demonstrado grande sensibilidade social, característica fundamental para quem comanda a estatal. Marcos Aurélio é um presidente aberto ao diálogo, sensível, e que tem sido fundamental nessa nossa luta para conseguir implementar a expansão do Sistema Italuís, projeto que vai revolucionar a cidade e garantir o abastecimento adequado para as famílias ludovicenses”, disse.
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Privatização
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O vereador destacou, ainda, que o fortalecimento da Caema é necessário para evitar a privatização da empresa, o que seria catastrófico para a população mais carente, especialmente de áreas como a Zona Rural e eixo Itaqui-Bacanga.
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“Fortalecer a Caema, através desses aportes financeiros, é estratégico para o desenvolvimento do estado e de São Luís, e é garantir a proteção da população mais pobre da nossa cidade, das famílias da Zona Rural e da área Itaqui-Bacanga. Precisamos fortalecer a Caema para evitar qualquer possibilidade de privatização da estatal, o que seria catastrófico para as famílias mais pobres da nossa cidade”, disse.
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“O ex-governador Flávio Dino teve papel importante para a empresa, mantendo o seu funcionamento, e agora o governador Carlos Brandão tem a oportunidade de ir além, garantindo uma estrutura nunca antes vista na estatal, o que beneficiará todo o estado e em especial a população mais pobre da nossa capital. Fortalecer a Caema é fortalecer o povo de São Luís, povo que confia e está ao lado do nosso governador”.
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Desenvolvimento
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Marlon Botão lamentou o fato de que, no ano de 2023, a falta de água potável para a população ainda seja um problema tão presente na vida das famílias ludovicenses – o que, na sua avaliação, tem sido determinante para o subdesenvolvimento da cidade.
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“O meu pai, que sempre foi um militante pelo desenvolvimento da nossa população, já lutava contra esse problema na década de 1980. E é uma pena que ainda hoje, em 2023, em pleno século 21, nós ainda não tenhamos avançado nessa pauta. Ainda hoje, milhares de famílias sofrem com a falta de água para as necessidades mais básicas do dia a dia. Nós nunca seremos uma cidade verdadeiramente desenvolvida enquanto não solucionarmos esse problema histórico”, disse.
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“Como vamos discutir o avanço do nosso sistema de educação, a criação de políticas públicas para criar oportunidades para as famílias ludovicenses, quando temos milhares de pessoas sem água para beber? Essa é a realidade da nossa cidade em comunidades da Zona Rural e da área Itaqui-Bacanga. Eu sei disso porque não sou vereador de gabinete, eu sou vereador das comunidades, estou presente na vida das famílias e vejo de perto o seu sofrimento. É por isso que não tenho poupado energias para encontrar uma solução para o caos do abastecimento de São Luís. E estou certo de que, ao lado do governador Carlos Brandão, vamos conseguir superar esse problema de uma vez por todas”, finalizou Marlon Botão.