Depois de desistir da pré-candidatura a prefeito de São Luís, por múltiplos fatores, inclusive indícios de má conduta como gestor público, o presidente da Câmara Municipal de São Luís, Paulo Victor (PSDB), encara outro desafio de extrema dificuldade: conquistar a reeleição a vereador. Outrora alçado ao protagonismo, ostentando força desproporcional à sua pouca experiência política, ele marchará enfraquecido e sem rumo, sobressaltado pela incerteza de que terá êxito nas urnas daqui a um ano.

Paulo Victor anunciou a desistência da pré-candidatura a prefeito da capital na sessão ordinária da Câmara Municipal desta segunda-feira (2). No domingo, dia 1º, já havia dado claros sinais de que abortaria o plano de encarar a eleição majoritária ao exaltar, nas redes sociais, o seu orgulho de ser vereador. O desespero do presidente da Câmara de São Luís é indisfarçável diante do risco de ser varrido do parlamento, em meio a precipitações, falta de traquejo, arrogância, traições a antigos companheiros de luta e episódios desabonadores que marcaram suas duas passagens pela Secretaria de Estado da Cultura.

Para piorar, ao que parece, o vereador já não conta com as bençãos do governador Carlos Brandão (PSB), que abriu os olhos para os atos atípicos cometidos pelo pupilo, enquanto membro da sua gestão. Fontes do blog revelaram alguns feitos de Paulo Victor capazes de gerar escândalo, dentre os quais o pagamento, em dinheiro vivo, do cachê a uma banda que animou o aniversário de um figurão da política local pouco alinhado ao governador. Detalhe: a expressiva quantia, algo em torno de R$ 13 mil, estava no bolso e foi entregue à produção do grupo musical dentro do banheiro da animada festa.

Fundada a curta trajetória em que se esbaldou no poder, Paulo Victor desce à força do pedestal para exercitar a humildade e abraçar a árdua missão de tentar renovar o mandato. Triste sina de que quem foi sobrado e agora tem pela frente um futuro politico incerto.