Por trás dos movimentos que estão em marcha na Universidade Federal do Maranhão, como o recente bloqueio ao Campus do Bacanga e a ocupação da reitoria, há uma articulação que extrapola a natureza reivindicatória própria dos estudantes universitários. Quem acompanha atentamente o processo sucessório na UFMA é taxativo ao apontar os protestos como um gesto estimulado por candidaturas derrotadas para tentar impor dificuldades à nomeação do reitor eleito, Fernando Carvalho.
Ao criar uma hipotética insatisfação da comunidade universitária com a gestão que se encerra daqui a pouco mais de um mês, sem que haja uma consistente causa mais grave para justificar os atos radicais, militantes de partidos políticos, sindicatos e grupos golpistas manipulam estudantes para servir aos seus próprios interesses. E fazem jogo de cena para encobrir todo o esforço dos gestores das universidades públicas em reconstruir o ensino superior no Brasil após a COVID – 19 e os cortes de verbas e sucateamento ocorridos no Governo Bolsonaro, dispostos a alardear um inexistente cenário de caos.
O processo eleitoral que envolveu toda a comunidade acadêmica resultou na vitória do candidato Fernando Carvalho, para Reitor e Leonardo Soares, para Vice-reitor. A expectativa é que a nomeação da nova gestão pelo presidente Lula seja feita até 11 de novembro de 2023, quando termina o mandato de Natalino Salgado.
O desespero dos grupos derrotados e a certeza que Lula vai respeitar a autonomia das Universidades indicando os primeiros colocados na lista tríplice, estão por trás dos movimentos políticos que vem ocorrendo na UFMA desde a semana passada. A pauta de demandas dos estudantes, como infraestrutura, transporte e alimentação no Restaurante Universitário, perpassam todas as gestões da UFMA. Na atual, até então, problemas pontuais nunca haviam sido motivo de gestos radicais e mereceram especial atenção por parte do comando da instituição. Em nota oficial, a UFMA informou que todas as demandas apresentadas já estão sendo atendidas.
Evidencias de uma disputa que as urnas já encerraram deixam claro que o movimento pretende apenas tentar acuar o Reitor Natalino Salgado, em final de mandato, para obter dividendos políticos. O teatro da ocupação da reitoria é só mais um capítulo da intenção golpista.
Eu moro a 10 anos na ufma e quero morar mais 10. Serei Reitor da UFMA