O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, chegou ao cúmulo da sua tentativa de terceirizar a culpa pela má gestão e pelo caos que abalam setores estratégicos do governo do qual faz parte. Desta vez, o falastrão e desastrado Dino atribuiu ao ex-presidente da República Jair Bolsonaro a responsabilidade pela onda de assassinatos registrada ultimamente na Bahia, estado governado pelo PT nos últimos 16 anos e que em 2023 iniciou mais um ciclo de poder petista, o que corresponde a nada menos do que cinco mandatos consecutivos.
De acordo com a narrativa de Flávio Dino, os sucessivos homicídios que vêm ocorrendo no território baiano são motivados pela política armamentista defendida e colocada em prática por Bolsonaro, em certa medida. Ao fazer tal afirmação, o ministro praticamente isenta os criminosos de culpa pelas vidas ceifadas no estado.
A fala de Dino é, no mínimo contraditória. Aliás, é totalmente desprovida de conexão com a realidade. Isso porque outras unidades da federação, como Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais, onde houve maior registro de armas sob a gestão de Bolsonaro, não enfrentam qualquer onda de assassinatos, o que deveria estar acontecendo, caso a narrativa do ministro fosse plausível.
A verdade é que os homicídios em série que têm assustado a Bahia nos últimos tempo têm a ver com a atuação do crime organizado, que age com extrema violência e, quase sempre, com o emprego de armas contrabandeadas ou adquiridas por outros meios ilícitos. Portanto, não há qualquer relação com a política de flexibilização do comércio e do uso de armas, implementada pelo governo passado de acordo com todos os princípios da legalidade, obedecendo a critérios rígidos.
Só para constar: governam a Bahia, de forma consecutiva, desde o já longínquo ano de 2007, pela ordem, os petistas Jaques Wagner (1º de janeiro de 2007 a 1º de janeiro de 2011 e de 1º de janeiro de 2011 a 1º de janeiro de 2015), Rui Costa, atual chefe da Casa Civil do governo Lula (1º de janeiro de 2015 a 1º de janeiro de 2019 e de 1º de janeiro de 2019 a 1º de janeiro de 2023) e Jerônimo Rodrigues, que está no exercício do cargo de governador desde 1º de janeiro deste ano.