O governador Carlos Brandão (PSB) sentiu duramente o golpe após a onda de violência que aterroriza a região metropolitana de São Luís e outras cidades do Maranhão viralizar nas redes sociais, com forte repercussão na imprensa. O impacto foi tamanho que o próprio chefe de Poder Executivo estadual veio a público, em seus canais digitais pessoais, divulgar ações da sua gestão para combater a criminalidade e apresentar números que apontam o suposto recuo de indicadores relacionados à insegurança pública.

A mobilização midiática palaciana ante a exposição contínua de casos de violência nas ruas se intensificou após o ataque de dois bandidos a um motorista de aplicativo, em São Luís, em plena luz do dia, registrado por uma câmera instalada no veículo da própria vítima, se espalhar como rastlho de pólvora em grupos de Whatsapp, páginas do Facebook, perfis do Instagram, com ampla cobertura televisiva e de outros meios de comunicação.

Diante do desgaste provocado pelas cenas de barbárie e pelo pânico generalizado, o Palácio dos Leões se viu obrigado a dar uma resposta rápida, primeiramente no campo da propaganda institucional. E o resultado veio em tempo recorde, com a produção e divulgação de um vídeo de 1’26” (um minuto e vinte e seis segundos) que apresenta investimentos do governo em segurança pública e mostra operações policiais de rua, com direito a uma imagem de Brandão dentro de uma viatura, manejando o rádio comunicador, simulando o atendendo a um chamado de ocorrência. O governador mesmo se encarregou de postar o conteúdo, inicialmente, em sua conta pessoal no Instagram.

Em outra publicação nas redes sociais, Brandão divulga uma sequência de fotos da Operação Metrópole Segura, realizada por meio de abordagens a pessoas em bairros da Grande São Luís e em vias de grande circulação. “O intuito é combater ações criminosas, prevenindo a ocorrência de atos violentos”, comentou o governador em seu feed.

Por enquanto, a reação do governo estadual à violência desenfreada que aterroriza o Maranhão se limita a peças midiáticas. Espera-se, agora, que a realidade reproduza o que é mostrado na propaganda oficial, para que a paz possa reinar e justificar os gastos vultosos com conteúdo publicitário.