Preocupada com os dados estatísticos de violência, principalmente contra às mulheres, a gestora traçou a meta de criar as secretarias municipais de Segurança e da Mulher
A prefeita de Paço do Lumiar, Paula Azevedo (PCdoB), se reuniu, na manhã desta segunda-feira(26), com o presidente da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do Maranhão – CEMULHER/TJMA, desembargador Cleones Cunha. Além da gestora, participaram do encontro, no gabinete do magistrado na sede do Tribunal de Justiça, na Praça Pedro II, no Centro da capital maranhense, a advogada Luiza Coutinho, Josy Desterro e Val Moraes.
O encontro teve como objetivo estreitar os laços entre o Executivo e o Judiciário para que seja possível a ampliação da prestação de serviço voltadas às mulheres, através da criação da Secretaria da Mulher e, para isso, hoje o primeiro passo foi dado. “ Atualmente, através da Rede de Atendimento à Mulher em Situação de Violência já prestamos tal serviço voltado ao público feminino, entretanto os números denotam a necessidade de um acréscimo nas nossas ações, enquanto Poder Público “, pontuou a prefeita.
Só para termos ideia, nos últimos 15 dias, dois casos foram registrados na cidade. Na Rua da Alegria, no Pau Deitado, Carla Priscila Fonseca Santos, de 27 anos, foi assassinada a tiros quando bebia em um bar. Com requintes de crueldade, no bairro Lima Verde, Maria Lucineide Sousa de Oliveira, de 52 anos, acabou morta queimada pelo próprio companheiro.
Muito receptivo, o desembargador mostrou preocupação no crescimento dos dados estatísticos em relação ao feminicídio e, ainda, a necessidade de ampliação desse atendimento em um município tão importante quanto Paço do Lumiar. “É um enorme prazer recebê-las. Nosso gabinete está de portas abertas para que possamos avançar na parte técnica e, posteriormente, atuar de forma mais presente com a realização de palestras, cursos e tudo que possa contribuir na redução dessa onda avassaladora que já ceifou a vida de muitas mulheres”, afirmou o presidente.
Ao final, o desembargador sugeriu novo encontro entre a parte técnica do Executivo Luminense e a Ouvidoria da Mulher, que já ficou agendado para o próximo dia 04. “Tão logo sejam concluídas as questões burocráticas, iremos disponibilizar mais esse benefício as mulheres luminense”, finalizou a gestora. Lembrando que também faz parte da meta da prefeita, além da Mulher, a criação da Secretaria de Segurança.
DADOS NADA ANIMADORES:
Os dados, nada animadores, mostram que o número de assassinatos de mulheres, de modo geral, cresceram em 2022. Foram registrados no País 3.930 casos, o que representa um aumento de 3% em comparação ao ano anterior.
Esse número leva em consideração não apenas casos de feminicídio, mas homicídios dolosos contra mulheres, independente da discriminação sobre a condição de mulher.
O estudo da Rede de Observatórios da Segurança compilou dados de sete Estados brasileiros – Maranhão, Bahia, Ceará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo. O boletim demonstra que a cada quatro horas, ao menos uma mulher é vítima de violência doméstica.
Em 2022, nesses estados acima citados, foram registrados 2.423 casos de violência contra a mulher, sendo que 495 terminaram em morte. Ou seja, uma mulher foi morta a cada dia.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA), por meio da Polícia Civil, informou que, somente em 2023, foram registrados 16 casos de feminicídios no Maranhão.