Homem é condenado por feminicídio a 26 anos de reclusão

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O juiz negou ao réu o benefício de recorrer do resultado do júri em liberdade

Os jurados do 3º Tribunal do Júri de São Luís condenaram Nataniel da Conceição Bezerra a 26 anos e três meses de reclusão, pelo assassinato da sua companheira Paula Regina Silva de Freitas. O crime ocorreu no dia 27 de março de 2022, por volta das 4h, na presença dos filhos da vítima, no Residencial Orquídea, bairro Santa Efigênia. Após o julgamento, o réu foi levado de volta para a Penitenciária de Pedrinhas, onde já estava preso desde a data do crime.

O juiz que presidiu o julgamento, José Ribamar Goulart Heluy Júnior, titular da 3º Vara do Júri, negou ao réu o benefício de recorrer do resultado do júri em liberdade. Atuou na acusação o promotor de Justiça Samaroni Maia e, na assistência ao Ministério Público, o advogado Neto Evangelista e as advogadas Eika Moreira e Raíssa Medeiros. A defesa do réu ficou com o defensor dativo Armstrong Jorzino Carneiro. Foram ouvidas três testemunhas – a mãe e duas amigas com as quais a vítima e réu estiveram na noite anterior ao crime.

Na sentença condenatória, o juiz destacou que, “a culpabilidade do acusado deve aumentar a pena pela exteriorização da vontade dele em cometer o crime, demonstrada na dinâmica do delito, quando ele desferiu mais de uma dezena de golpes de punhal na vítima”. Ainda na sentença, o magistrado traz que “as circunstâncias do crime devem aumentar a pena pelo fato de ter sido praticado no interior da residência da vítima, local sagrado e inviolável pela Constituição Federal, demonstrando total insensibilidade.”

Nataniel da Conceição Bezerra, praticante de artes marciais, também conhecido pelo apelido de “Don Ruan”, foi condenado por homicídio com a qualificadora de feminicídio e por ter praticado o crime na presença dos três filhos da vítima (duas crianças e uma adolescente). A mãe de Paula Regina Silva, em seu depoimento, disse que a casa da filha fica ao lado da sua residência e que acordou na madrugada ao ouvir gritos. Relatou, ainda, que foi até a casa da vítima e as crianças abriram a porta para avó, que encontrou a filha morta e o réu já havia se evadido. Ela disse também que Paula era professora, tinha independência financeira e era responsável sozinha pelo sustento dos filhos.

Segundo a denúncia do Ministério Público, no dia do crime Nataniel da Conceição Bezerra, 25 anos, e Paula Regina Silva, 30 anos, chegaram em casa e iniciaram uma discussão motivada por ciúmes que o réu tinha da vítima. Durante a briga, o denunciado assassinou a companheira com 13 golpes de punhal, evadindo-se do local. Ele foi preso pela Polícia Militar horas depois nas proximidades.

Os jurados condenaram Domingos de Jesus Silva dos Santos por tentativa de homicídio qualificado no Coroadinho

Nos depoimentos em plenário, as testemunhas disseram que o réu mantinha ciúmes excessivo da companheira e não queria a separação. O casal havia se conhecido há 9 meses e seis meses depois Nataniel da Conceição foi morar na casa da vítima.

CASOS DE FEMINICÍDIO

Também neste mês de maio (dia 04), o 3º Tribunal do Júri de São Luís julgou outro caso de feminicídio. Os jurados condenaram Domingos de Jesus Silva dos Santos por tentativa de homicídio qualificado (feminicídio e uso de recurso que impediu a defesa da vítima) contra sua companheira Claudiana dos Santos Câmara, com a qual vivia há 11 anos. O crime ocorreu no fim da tarde do dia 13 de março de 2022, dentro da residência do casal, no bairro Coroadinho, mediante golpes de faca.

O acusado foi condenado a sete anos, um mês e quinze dias de reclusão, inicialmente, em regime semiaberto, no Complexo Penitenciário de São Luís, onde já estava preso desde o dia do crime. Na sentença, o juiz José Ribamar Goulart Júnior destacou que o comportamento do réu requer maior censura pela “grande intensidade dolosa, tendo em vista o excesso de facadas, na cabeça, nos braços e nos ombros, totalizando doze lesões, que causaram risco de vida para a vítima, como consta no laudo de exame de corpo de delito, inclusive quando ela já estava no chão e o fato do acusado ter ameaçado as pessoas que tentaram impedir o crime, conforme declararam as testemunhas”.

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