Rombo gerado pelo Maranhão nas contas do Tesouro Nacional soma quase R$ 390 milhões nos últimos dois meses

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Em setembro de 2022, a União pagou R$ 52,38 milhões em dívidas de empréstimos não honradas pelo Maranhão. Somado aos R$ 337 milhões não quitados em agosto, o rombo gerado pelo estado nas contas do Tesouro Nacional chega a quase R$ 390 milhões somente nos últimos dois meses. Em agosto, o desfalque foi de R$ 337 milhões. A pendência decorre da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que em junho deste ano autorizou o governo maranhense a deixar de saldar parcelas de operações de crédito realizadas junto a bancos nacionais e internacionais por sucessivas gestões.

A decisão de Alexandre de Moraes foi uma resposta à Ação Cível Originária (ACO) 3586, ajuizada pelo Estado do Maranhão, como forma de compensar a perda de arrecadação de impostos ocasionada pelas Leis Complementares federais 192/2022, que alteraram o modelo de incidência do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis, e 194/2022, por meio da qual houve a limitação da alíquota do tributo sobre combustíveis, gás natural, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo.

Ainda de acordo com a decisão, a União fica vedada de executar contragarantias decorrentes do descumprimento dos contratos, caso venha voluntariamente a pagar as prestações devidas ao Banco do Brasil, à Caixa Econômica Federal, ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), ao Brazil Loan Trust 1, dentre outras instituições financeiras credoras.

Queda das receitas

Autor do pedido, o Estado do Maranhão informou a impossibilidade de pagamento das parcelas, entre elas, a referente a julho de 2022, sobretudo diante da queda das receitas estaduais em razão das alterações legislativas. O montante relativo à dívida pública do ente federado, a ser pago no exercício fiscal de 2022, ultrapassa os R$ 611 milhões, e compreende 14 contratos de financiamento.

Em setembro de 2022, a União pagou R$ 685,47 milhões em dívidas garantidas e não honradas por sete das 27 unidades da federação. Além do Maranhão, que é o quinto em valores pendentes, não honraram seus compromissos Rio de Janeiro (R$ 244,82 milhões), Rio Grande do Sul (R$ 209,94 milhões), Goiás (R$ 77,99 milhões), Piauí (R$ 69,25 milhões) do Piauí, Alagoas (R$ 25,87 milhões) e Rio Grande do Norte (R$ 5,21 milhões).

Os dados estão no Relatório de Garantias Honradas pela União em operações de crédito, divulgado hoje (07/10) pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN). Além dos dados de honras de garantias, a STN divulga na publicação as informações sobre recuperação de contragarantias. 

Lei de Responsabilidade Fiscal

Conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal (§1o do art. 40 da LC 101/2000), a garantia está condicionada ao oferecimento de contragarantia, em valor igual ou superior ao da garantia a ser concedida. Uma vez que ocorra a inadimplência, a União executa as contragarantias oferecidas pelo ente da Federação, conforme contrato firmado.

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1 comentário para "Rombo gerado pelo Maranhão nas contas do Tesouro Nacional soma quase R$ 390 milhões nos últimos dois meses"


  1. nsdesouza

    “Rombo gerado pelo Maranhão nas contas do Tesouro Nacional já soma quase R$390 milhões nos dois últimos meses”

    Esse é apenas mais um dos “LEGADOS” do Governo de Flávio Dino.

    Outros casos escabrosos são o rombo de quase dois bilhões no dinheiro do FEPA, Fundo Estadual para pagamento dos Aposentados (Ministério Público Estadual, fiscal de nada, até hoje calado, como sempre)

    Rombo em dinheiro Federal do Porto do Itaqui

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