A imagem de um super ferry-boat que circula nas redes sociais trazido pelo governo estadual só não revela algumas informações que estão por trás de toda essa novela. Não diz, por exemplo, que a empresa Henvil, proprietária da embarcação, já havia sido procurada pelo governo na época da licitação, mas não veio concorrer por não estar de acordo com as propostas (sujas) feitas pelo mesmo.

Soube-se que foi prometido que, caso aceitasse participar da sujeira imposta pelos representantes do governo, ganharia a concorrência e teria benefícios, ficando também com as embarcações que o governo tomou dos donos da ServiPorto.

O que vem se apurando há meses é uma enxurrada de atos criminosos, em que a empresa Celte Navegações, do Pará, que aceitou as imposições à época, em troca de garantias, mostrou-se sem condições, e nem mesmo embarcação tinha.

Depois do caos instalado e com poucas opções de solução, o proprietário da Henvil entrou em contato com os representantes do governo e, mesmo apresentando uma embarcação que ajudaria a resolver os problemas, foi pessimamente recebido por ter o histórico de não ceder às sujeiras comuns ao governo anterior e ao atual.

Já sem opções e com o caos cada vez mais instalado, representantes do governo passaram a buscar a Henvil, mas ainda com as propostas indecentes. Daí a demora no processo de negociação.

A vinda da embarcação São Gabriel está longe de ser um ato heroico do governador Carlos Brandão. Na verdade, foi a única opção depois que seu grupo destruir a empresa ServiPorto que, por sinal, ainda não foi devolvida aos donos. O governo acabou com as embarcações e, por essa razão, agora estão investindo milhões dos cofres públicos para reparar os danos.

Fiquem atentos. Nem tudo que parece é. A população deve saber de que não foi o governador quem trouxe a embarcação para resolver a situação. Ele foi obrigado a aceitar a entrada da empresa paraense no estado.

Não se sabe, no entanto, como ocorreu essa negociação e quem realmente cedeu: se o governo aceitou que a empresa entrasse de forma correta ou se a empresa aceitou, mesmo que em parte, as propostas absurdas e sujas feitas pelo governador e sua equipe. A certeza é uma só: ninguém vai sair sem levar sua parte.