A Plataforma Suborbital de Microgravidade (PSM), carga útil para os veículos de sondagem VS-30 e VSB-30 que servirá de plataforma nacional para atender o Programa Microgravidade da Agência Espacial Brasileira (AEB), será lançada em outubro deste ano no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). No dia 30 de junho, a AEB recebeu o Banco de Controle para a PSM, equipamento de solo responsável por todo monitoramento e comunicação com a carga antes e durante a missão. A chegada do equipamento representou um importante passo para o Brasil finalizar sua própria plataforma para realizar experimentos em foguetes de sondagens.
A missão no CLA, batizada de Operação Santa Branca, será a primeira a utilizar a Plataforma Suborbital de Microgravidade. Na ocasião, será realizado experimento selecionado pelo Programa Microgravidade, da AEB, bem como instrumentação para avaliação do desempenho da PSM.
“O sucesso do voo da PSM na operação Santa Branca será um importante avanço do Programa Espacial Brasileiro. Significará independência para a realização de operações suborbitais, especialmente para o Programa Microgravidade, e também permitirá que a indústria nacional concorra neste restrito nicho de mercado”, avalia o gerente do Programa Microgravidade da AEB, Carlos Eduardo Quintanilha.
A operação, além de qualificar em voo a PSM, treinará equipes para atuarem como prestadores de serviço de lançamento e realizará experimento no forno multiusuário do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), tornando-o disponível para que outros pesquisadores utilizem a tecnologia sem precisar desenvolver a ferramenta novamente.
O experimento do INPE, Solidificação de Ligas Eutéticas em Microgravidade (SLEM), também avançará nos estudos sobre as propriedades dos materiais que serão embarcados como amostras.
Tecnologia nacional
O modelo de qualificação da PSM, que está sendo desenvolvida pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e pela empresa Orbital Engenharia com os apoios da Agência Espacial Brasileira (AEB) e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), encontra-se em fase final dos ensaios, em São José dos Campos, e consiste em um conjunto de módulos com diversas funcionalidades, dentre as quais, separação do veículo lançador, controle de velocidade angular nos três eixos para prover ambiente de microgravidade (com qualidade da ordem de 10-3 g), transmissão em tempo real dos dados dos experimentos, recepção de telecomandos para os experimentos e, também, recuperação da plataforma com resgate no mar.
A plataforma faz parte de planos para a nacionalização de um conjunto vetor completo (foguete + plataforma) voltado para pesquisas em microgravidade, pois, atualmente o Brasil utiliza para os seus experimentos a carga útil MicroG desenvolvida pela Agência Espacial Alemã (DLR), também integrada ao foguete brasileiro VSB-30. O projeto vem sendo desenvolvido há alguns anos e utiliza modernos sistemas de controle de voo e de gerenciamento de veículo, aliado à disponibilidade de seus componentes no mercado mundial.
Após realização dos testes de qualificação exigidos, o país contará com um conjunto vetor totalmente brasileiro, sendo de fundamental importância para aumento da cadência de lançamentos suborbitais em território nacional e, consequentemente, para pesquisas científicas e tecnológicas em ambiente de imponderabilidade, quando há sensação de ausência de peso provocada em objetos que estão em queda livre e em sem rotações.
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