O sempre astuto Weverton Rocha (PDT) mantém em curso uma estratégia, aliás, uma artimanha, para tentar barrar o avanço de Lahesio Bonfim (PSC) na corrida ao Palácio dos Leões. Após ser descartado por Flávio Dino (PSB) como candidato do governo e da esquerda amilhada, o pedetista arregimenta aliados que no plano nacional marcharão juntos com o presidente Jair Bolsonaro (PL) rumo a uma possível reeleição.

A manobra é considerada arriscada por observadores mais atentos do cenário político-eleitoral, já que o pré-candidato ao Governo do Maranhão verdadeiramente identificado com o bolsonarismo é Lahesio Bonfim, que, inclusive, já foi ungido pelos movimentos de base da direita conservadora local.

Por esse prisma, Weverton não passaria de um intruso, pior ainda, é visto como um oportunista, que, tomado pelo desespero pós-rejeição palaciana, tenta invadir e se apropriar de um campo político-ideológico com o qual nunca foi conectado, pelo contrário, sempre execrou e empunhou bandeiras na direção contrária.

Lahesio, por sua vez, desponta, a cada ato da sua pré-campanha, como legítimo representante dos ideais antiprogressistas, anti-corrupção, de defesa da família e da economia liberal, alicerces da gestão bolsonarista. Reforçam a tendência de crescimento do pré-candidato do PSC as pesquisas de intenção de voto pagas pelos próprios adversários, inclusive as que foram engavetadas porque o resultado desagradou quem encomendou. Se na mais recente sondagem ele apareceu com 14%, o que dizer das que não vieram a público?

Em sua marcha visivelmente descompassada rumo às urnas, Weverton pode até contar com o apoio de presidentes de partido, prefeitos e lideranças de direita com certa expressão. Resta saber se o prestígio ostentado na cúpula se reverterá em votos de um eleitorado que se mostra a cada dia mais disposto a expurgar da política figuras com seu discurso, posicionamento e práticas.