Uma propaganda veiculada pelo Governo do Maranhão no último domingo (17), no horário nobre da TV, com reprodução nas redes sociais, comete um erro semântico grosseiro, em um caso típico de mau uso da linguagem. A peça publicitária apresenta as ações realizadas pela administração estadual entre os dias 11 e 16 deste mês e em uma das datas ocorre o deslize.
Ao divulgar os feitos governamentais da quinta-feira, 14 de abril, a apresentadora, seguindo o script, anuncia que naquele dia “25 novos veículos e 94 motocicletas das polícias Militar e Civil já estavam nas ruas reforçando a segurança”. Não se sabe se por desconhecimento ou por desatenção, o redator do informe publicitário classificou como “veículos” apenas as 25 viaturas entregues, para em seguida mencionar as 94 motocicletas, sem qualquer ressalva explicativa.
Acontece que, por definição, uma motocicleta também é um veículo, só que de duas rodas. Assim como um carro, uma caminhonete, um caminhão e outros meios de locomoção, é motorizada. Qualquer moto também está sujeitas ao pagamento anual da taxa de licenciamento veicular e do seguro por Danos Provocados por Veículos Automotores (DPVAT). A propósito, esses tributos são cobrados pelos próprios governos estaduais.
Portanto, não faz sentido excluir as motocicletas do conceito do que seja veículo. Ainda mais em uma peça de divulgação transmitida para milhões de pessoas e paga a peso de ouro com dinheiro público.
Alguns podem considerar mero preciosismo a observação feita por este blog. Mas, diante da verba milionária gasta pelo governo maranhense em propaganda – R$ 90 milhões em 2021 -, o que se espera é um trabalho impecável na comunicação oficial palaciana.
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