Sem ônibus há dois dias, São Luís é o retrato do caos e da degradação urbana
São Luís amanheceu novamente sem ônibus novamente nesta quarta-feira (30), segundo dia de paralisação dos trabalhadores rodoviários, que reivindicam reajuste salarial e outros benefícios. Em diversos pontos da Grande Olha, pessoas enfrentaram muita dificuldade para conseguir condução para ir ao trabalho ou outro destino. A exploração praticada pelo transporte alternativo continua flagrante, com a viagem custando R$ 5,00 (cinco reais), valor quase 30% acima da tarifa do transporte público convencional.
No Anel Viário, mais precisamente no terminal de ônibus próximo à Fonte do Bispo, foi possível testemunhar, logo cedo, o quanto está sendo cruel a realidade nestes dois dias seguidos sem ônibus circulando nas ruas. Além de amargar a falta dos coletivos, meio de locomoção utilizado por cerca de 700 mil pessoas apenas na capital, cidadãos tiveram que enfrentar a chuva e a lama que se acumulava no chão.
Para quem não tem transporte próprio e precisa sair de casa nas primeiras horas da manhã, a situação está sendo dramática. O jeito é se aventurar em busca da condução, muitas vezes em condições extremamente desconfortáveis e arriscadas, sem falar no oportunismo dos que estão cobrando mais caro pelos itinerários.
Enquanto o povo sofre, os ônibus seguem retidos nas garagens, impedidos de circular por representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Maranhão (STTREMA), que fazem piquetes em frente às empresas para manter 109% da frota parada, contrariando o próprio discurso da entidade de que não pretende causar transtornos à população ao deflagrar e persistir na greve.
Nova audiência
Em tempo: o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MA) convocou uma nova audiência para logo mais, às 15h, a pedido da Prefeitura de São Luís, na qual tentará, mais uma vez, mediar um acordo que leve ao fim do impasse do transporte público e restabeleça a normalidade do serviço. Todas as partes envolvidas no conflito – rodoviários, empresários e Município e Governo do Estado – deverão enviar representantes para a reunião.
Todas as expectativas se voltam para essa reunião, pois danos causados à sociedade, inclusive o comércio e outros setores produtivos, tendem à se agravar cada vez mais, no mesmo compasso do caos.