Educadores se mobilizaram para exigir do governador o pagamento do piso salarial nacional fixado para a categoria pelo Governo Federal
O governador Flávio Dino (PSB) passou por um tremendo aperreio na última sexta-feira (11), durante visita ao município de Campestre, onde cumpriu agenda oficial – e com claro viés político, já que é pré-candidato ao Senado. Logo ao desembarcar no município, Dino teve uma recepção nada calorosa de professores locais, mobilizados para cobrar dele o pagamento do piso salarial estabelecido pelo Governo Federal para a categoria.
Interceptado por um grupo de educadores que empunhavam faixas e cartazes para exigir seus direitos, Flávio Dino teve que engolir a seco reclamações e críticas de professores que o confrontaram. Uma líder do movimento chegou a abordá-lo de dedo em riste, como mostra o vídeo abaixo.
Minutos depois, Flávio Dino, já no palanque, não se conteve e partiu para o contragolpe, esbravejando ao microfone que “educador não pode ser mal educado”. Após a reprimenda, o governador tentou contornar a situação, afirmando que após o ato conversaria com as lideranças da categoria.
Repressão
Seguranças do governo tiveram muito trabalho para tentar conter os manifestantes. Tudo em vão, pois o grupo de professores não arredou pé e passou a filmar e a vaiar o discurso de Flávio Dino, que não escondeu sua irritação por ser tão hostilizado.
Em certo momento, um homem que filmava o ato com seu celular foi retirado à força do perímetro do palanque e escoltado até uma área mais distante por um guarda-costas palaciano, enquanto os companheiros gritavam: “não somos bandidos”. A truculência foi flagrada pela filmagem.
O confronto com professores em Campestre é um claro sinal de que Flávio Dino não terá vida fácil até o seu último dia no cargo de governador, que, segundo ele, será 31 de março. E os percalços deverão acompanhá-lo na campanha pela única vaga de senador em disputa na eleição deste ano.
Assista:
É importante deixar registrado que os servidores do DETRAN, também foram tratados com bastante truculência por esses capachos bem pagos, em dezembro, quando da inauguração de uma praça no Bonfim.
O governador e sua trupe foram surpreendidos com a manifestação dos bravos servidores que reivindicavam direitos trabalhistas, negados por emissários do governo.
O sindicato do DETRAN foi o único no estado, até hoje, que enfrentou com altivez as garras desses leões.
No Brasil, qualquer político tem salário maior do que um docente quando reivindicam aumento salarial é porque seus ganhos estão defasados; nesse momento, não se trata de ser mal educado ou não. Flávio Dino critica a truculência de Bolsonaro, mas no fundo é igualzinho a ele.