Pré-candidato pedetista ao Palácio dos Leões pretende levar seu partido para o palanque dinista em busca de protagonismo na disputa
Embora tenha manifestado tristeza com a confirmação do apoio do governador Flávio Dino (PSB) ao seu vice, Carlos Brandão (PSDB), na eleição ao Palácio dos Leões, em outubro, o senador Weverton Rocha (PDT) manteve sua decisão de concorrer ao governo. E mesmo descartado e decepcionado, declarou apoio a Dino para o Senado, o que parece ser uma forçação de barra para se manter competitivo.
É uma estratégia válida a do pedestista, mas que também pode causar mal estar e instabilidade no palanque governista quando a campanha começar de fato – e até antes das convenções partidárias. Por ser tão dinâmica, a política permite esse tipo de composição, mas o sucesso requer dose extra de parcimónia e de consciência de grupo. Se é que ainda existe grupo, pelo menos na configuração de outrora.
Há quem aposte que houve um racha irreversível nas hostes palacianas. Por outro lado, o apoio do PDT ao novo projeto de poder de Flávio Dino tem toda razão de ser. Se marchar com o ainda governador na campanha ao Senado, a militância do partido reforçará seu cacife eleitoral, ampliando a margem de segurança para que ele se lance às urnas sem sobressaltos. De quebra, dará à sigla certo protagonismo e influência para barganhar espaço até onde for possível. E a julgar pela ousadia de Weverton, qualquer limite é desconhecido.
Jogada de mestre?
O anúncio feito por Weverton Rocha de que apoiará Dino ao Senado, mesmo que este o tenha preterido na eleição ao governo, pode ter sido uma jogada de mestre. Com total controle do PDT no Maranhão, o senador detém capital politico nada desprezível. Abrir mão desse apoio implicaria riscos, mesmo que dinistas mais apaixonados garantam que seu líder é imbatível por si só.
Seria a forma encontrada por pedetistas e aliados de tornar Flávio Dino refém de sua própria escolha? Haveria algum acordo velado para tornar viável essa aliança enviesada? De uma forma ou de outra, é uma demonstração inequívoca de habilidade política de Weverton e seu grupo.
O plano tem tudo para vingar, pois é impensável que Flávio Dino recuse o apoio do PDT e de um senador que obteve quase 2 milhões de votos em 2018, mais do que o próprio governador em sua reeleição, naquele mesmo ano.
Abaixo, a carta assinada pelos líderes dos partidos que decidiram marchar juntos com Brandão: