O prefeito de São Luís, Eduardo Braide (Podemos), vive um momento extremamente difícil, certamente o mais complicado desde que assumiu o cargo, há pouco mais de um ano. O motivo são múltiplas crises que, dia após dia, causam instabilidade na gestão municipal. E o que é pior, não se enxerga no horizonte nenhuma solução, pelo menos a curto e, até mesmo, a médio prazo.
Uma das crises é a da Covid-19, que afeta gravemente o sistema de saúde da capital e suga grande parte da energia e da capacidade administrativa do prefeito. Prioridade máxima de todos os governantes mundo afora, a pandemia é um desafio que, por si só, já exige de Braide máxima atenção e esforços para debelá-la. DIvidido entre a campanha de vacinação, a oferta de tratamento aos doentes e a adoção de medidas de prevenção e combate ao novo coronavírus, ele amarga uma situação desconfortável, capaz de tirar o sono de qualquer agente público. Mas os problemas não param por aí.
Transporte sob ameaça de colapso
Como se não bastasse a Covid-19, o prefeito convive a todo instante com a ameaça de um colapso no sistema de transporte público. Com o serviço operando em déficit, devido a diversos fatores, como os frequentes reajustes de óleo diesel, a pressão sindical por reajuste salarial aos trabalhadores e a própria pandemia, uma nova greve é iminente. Para impedir a segunda paralisação do transporte do seu mandato e todos os impactos negativos que mais uma vez recairiam sobre a população, a exemplo da que se estendeu por longos 12 dias, em outubro de 2021, Braide terá pela frente uma tarefa complexa. E dessa vez não pode se eximir de intervir de forma efetiva e fazer valer sua autoridade para evitar o pior.
É obrigação dele viabilizar as condições adequadas para o reequilíbrio do sistema, o que inclui a manutenção do subsídio financeiro às empresas, o ajuste operacional à atual realidade ou cumprir a cláusula contratual que prevê o reajuste anual de tarifa. Nesse último caso, não cabe mais ao prefeito se esquivar, o que sempre fez, claramente por receio de um grave prejuízo político, tamanha a impopularidade desse tipo de medida, ainda mais em tempos de retração da economia após quase dois anos de crise sanitária desencadeada pelo novo coronavírus.
Greve de garis
O inferno astral de Eduardo Braide parece interminável. Outro foco de instabilidade é a limpeza pública. Desde o início deste mês, cerca de 1.500 agentes vinculados à empresa que detém a concessão do serviço em São Luís estão mobilizados para reivindicar o pagamento de uma diferença de três meses de salário, referente ao período de reajuste salarial de 2020 concedido à categoria. No dia 6, os trabalhadores decidiram radicalizar e cruzaram os braços por 24 horas, tempo suficiente para que dezenas de toneladas de lixo ficassem acumuladas em praticamente todos os bairros da capital.
O impasse está longe de um desfecho, já que o repasse da diferença salarial à categoria depende do cumprimento de um acordo financeiro firmado pela administração municipal. Mais um desafio e outra dor de cabeça para o prefeito.
Com a indefinição, os garis voltaram a paralisar as atividades desdesegunda-feira (24) e foram convencidos a voltar ao trabalho no final da manhã de hoje (25), após a promessa de que a negociação será retomada no dia 1° de fevereiro.
Campanha salarial
Para completar o pacote de crises que vem minando a gestão de Eduardo Braide, servidores públicos municipais deflagraram uma campanha salarial para exigir um reajuste de vencimentos que reponha, pelo menos, as perdas inflacionárias. Há cinco anos com os ganhos estagnados, a categoria enviou, ainda em dezembro do ano passado, ofício em que solicitou a abertura de uma mesa de negociação. Dispostos a levar o seu movimento até as últimas consequências, os funcionários da prefeitura não descartam uma greve, o que seria algo desastroso em meio a tantos fatores negativos que ameaçam inviabilizar a gestão.
Assombrado pelo risco de ver sua administração mergulhada no mais profundo caos, Eduardo Braide tem diante de si uma árdua missão. Agora sim ele terá que dizer a que veio e ir além dos movimentos midiáticos calculados, sob pena de amargar um desgaste que nenhuma postagem em rede social ou propaganda televisiva serão capazes de reverter.
foi voces que votaram nele agora não adianta reclamar o prefeito da tv mirante
Nunca trabalhei na TV Mirante, meu nobre!
[…] Daniel Matos em Eduardo Braide está acuado por quatro crises ao mesmo tempo […]