Um termo de homologação publicado na edição dessa quarta-feira (19) do Diário Oficial do Estado confirma a destinação de uma verba de R$ 5 milhões, via Secretaria de Estado da Cultura (Secma), para contratação de grupos e artistas “consagrados pela crítica especializada ou pela opinião pública” para animar o pré-Carnaval, o Carnaval e demais eventos realizados pelo Governo do Maranhão ao longo de 2022.
Salvo algum equívoco palaciano, o ato oficial indica que o governador e pré-candidato ao Senado Federal Flávio Dino (PSB) ainda cogita bancar a folia no estado este ano, apesar da nova onda de Covid-19 e do surto gripal que assola todas as regiões do país.
Conforme o termo de homologação, o edital com o resultado final do credenciamento dos grupos e artistas a serem contratados está publicado no site da Secma, mais precisamente neste link aqui. Acontece que nem a página da secretaria na internet, muito menos o link divulgado no Diário Oficial, estão acessíveis. Ambos estão fora do ar, o que impede a consulta à lista de atrações selecionadas e outras informações esclarecedoras.
Apesar do empecilho técnico, a homologação por si só, com definição do valor total a ser gasto e as condições a serem cumpridas pelos grupos e artistas (consagrados pela crítica especializada ou pela opinião pública), deixam claro que o patrocínio governamental da folia no Maranhão este ano não está descartado, embora outros estados brasileiros e diversas prefeituras locais já terem anunciado o cancelamento das suas programações carnavalescas.
Resta saber se Flávio Dino terá mesmo coragem de bancar a festa enquanto milhares de maranhenses continuam sendo vitimados pela interminável pandemia e pelas síndromes gripais, que podem ser agravadas por aglomerações típicas do Carnaval.
Em tempo: a homologação do gasto milionário com a folia e outros eventos festivos é notadamente um ato contraditório, já que recentemente o próprio governador atualizou decreto com medidas mais rígidas para contenção da Covid-19. O documento prevê o uso do poder de polícia do Estado e a aplicação de pesadas multas aos infratores, que podem chegar a R$ 1,5 milhão, conforme noticiou este blog em primeira mão.
Abaixo, o termo de homologação:
E O MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL?
COMO SEMPRE, SEGUE INERTE EM BERÇO ESPLENDIDO. NÃO DIZ A QUE VEIO.