Gasto previsto com as apresentações dos veículos de som é de mais de R$ 4,7 milhões; preços de referência são praticados por uma empresa de eventos da Bahia

O governador Flávio Dino (PSB), por meio da Secretaria de Estado da Cultura, está licitando a contratação de trios elétricos para apresentações na temporada de pré-Carnaval e nos dias de Carnaval. Mesmo ainda não tendo anunciado oficialmente se ocorrerá ou não a festa, Dino se antecipou e já providencia a estrutura para a animacão do Reinado de Momo, deixando claro que a pandemia do novo coronavírus e nem mesmo a nova variante Ômicron podem não ser empecilhos para a folia no Maranhão.

Para viabilizar a contratação dos trios elétricos, a Secretaria de Estado da Cultura fez publicar no Diário Oficial do Estado, no dia 22 deste mês, uma ata de registro de preços com o objeto e os valores a serem pagos pelo governo pelo serviço. De acordo com a planilha, a pasta pode contratar até 14 trios de modelo convencional (carretinha e carretão) – dois para o pré-Carnaval e 12 para o Carnaval, com pagamento de 106 diárias. O gasto estimado é de R$ 4.742.400,00 ( quatro milhões, setecentos e quarenta e dois mil e quatrocentos reais).

Para se ter ideia da despesa, o maior lote, que inclui 10 trios, no formato carretinha, custará aos cofres públicos estaduais a bagatela de R$ 3.640.400,00 (três milhões, seiscentos e quarenta mil e quatrocentos reais) para apresentações entre os dias 25 de fevereiro de 2022 e 6 de março de 2022, perfazendo um total de 80 diárias, ao valor unitário de R$ 45.505,00 (quarenta e cinco mil, quinhentos e cinco reais).

Empresa da Bahia

A ata de registro de preços tem como referência os valores de contratação da empresa Speed Staff Serviços e Eventos LTDA., situada no município de Valença, no estado da Bahia.

A licitação para a contratação dos trios elétricos abre a possibilidade de realização da programação do pré-Carnaval e do Carnaval patrocinada pelo governo estadual, apesar de a folia já ter sido cancelada em centenas de cidades brasileiras, de diferentes estados, por causa da pandemia de Covid-19. O maior temor é quanto a possível disseminação da nova variante, Ômicron, durante o período de folia, o que colocaria milhões de vidas em risco no país e poderia resultar em colapso do sistema de saúde no momento em que a pandemia dá sinais de recuo e grande parte da estrutura de atendimento, como hospitais de campanha, já foi desmobilizada.

Mesmo diante de todas as ameaças, Flávio Dino, que em março de 2022 deixará o governo para disputar uma cadeira no Senado Federal e precisa de todos os holofotes possíveis, parece disposto a pagar para ver.

Abaixo, cópia da ata de registro de preços na qual a Secretaria de Estado da Cultura se baseará caso o governador decida bancar a folia:

Em tempo: fonte credenciada junto ao Governo do Estado reforçou a informação publicada pelo blog de que o documento se trata tão somente de uma ata, não de um compromisso formal de contratação. A mesma fonte revelou que a tendência é que o governador Flávio Dino não autorize a realização do Carnaval em 2022.