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O setor portuário nacional (portos públicos e portos privados) movimentou, de janeiro a outubro deste ano, 1,010 bilhão de toneladas. O número representou crescimento de 5,5% em relação a igual período de 2020. Mas, na contramão desse aumento, o Porto da Ponta da Madeira, operado pela Vale em São Luís (MA) registrou queda expressiva do volume de carga movimentado em outubro deste ano.
Após crescimentos expressivos na movimentação de janeiro a julho, representando elevação de 9,8% no período, a movimentação mês a mês, de agosto a outubro, registrou quedas. A retração de outubro (-5,5%), especificamente, foi puxada pelo granel sólido, que apresentou -8,6%, e pelo granel líquido (-4,7%). Já a movimentação de carga conteinerizada cresceu 4,1% e a de carga geral solta +7,7% registraram crescimento no período.
Entre as mercadorias que puxaram a queda de outubro, as principais foram o milho, com queda de 53,6% em comparação com o mesmo mês de 2020, e o açúcar (-39,2%). As instalações que registraram quedas expressivas em outubro deste ano foram: o Ponta da Madeira, com queda de 7,0% e Santos (-18,1%). No porto de Santos as quedas foram puxadas pelo açúcar (-45,1%) e milho (-41,1%), além de combustíveis (petróleo e derivados -18,2% e etanol combustível -78,0%). A movimentação do terminal de Ponta da Madeira é basicamente de minério de ferro.
Já os destaques positivos de outubro foram o porto de Rio Grande, com crescimento de 55,1% em comparação com o mesmo mês de 2020, puxado por movimentação de soja e de fertilizantes; o Tpet/Toil em Açu, +28,1%, com movimentação de petróleo, e o porto do Pecém, +44,1%, em razão do carvão mineral e petróleo e derivados.
Os portos públicos movimentaram 344,5 milhões de toneladas, aumento de 5,01%, e as instalações privadas 665,8 milhões de toneladas (+ 5,70%). As informações são do Painel Estatístico Aquaviário da ANTAQ.
Os portos privados que tiveram maior crescimento relativo de movimentação em relação ao período janeiro/outubro de 2020 foram o Terminal Aquaviário de São Francisco do Sul, com mais 95,3%, e o Terminal Portuário do Pecém, com mais 36,2%. Entre os portos públicos, os destaques foram os portos do Itaqui (+27,0%) e Itaguai (+21,1%).
As instalações com maiores crescimentos relativos foram:
■Terminal Aquaviário de São Francisco do Sul (Total: 14,7 mi t, 17º em mov.), ▲95,3%
■Terminal Portuário do Pecém (Total: 17,6 mi t, 15º em mov), ▲36,2%
■Terminal Aquaviário de Osório (Total: 10,6 mi t, 21º em mov), ▲31,2%
■Terminal Aquaviário da Ilha d’Água (Total: 18,1 mi t, 13º em mov), ▲27,3%
■Itaqui (Total: 26,9 mi t, 8º em mov), ▲27,0%
■Terminal Ilha Guaíba – TIG (Total: 22,4 mi t, 11º em mov), ▲20,2%
■Itaguaí (Total: 44,8 mi t, 5º em mov), ▲21,1
Em relação aos perfis de carga, o granel sólido (que representa 58,4% do total das cargas movimentadas nas instalações portuárias brasileiras) cresceu 1,8% em comparação com o mesmo período do ano passado, alcançando a movimentação de 589,7 milhões de toneladas. O granel líquido totalizou 260,8 milhões de toneladas (25,8% do total), registrando, até outubro de 2021, aumento de 9,7% em relação ao apurado nos dez meses do ano passado. A movimentação de carga conteinerizada alcançou 110,6 milhões de toneladas, com crescimento de 13,88%, e carga geral solta (com share de 4,9% do total) cresceu 11,7%, somando a 49,2 milhões de toneladas.
Entre as cargas mais movimentadas no período (jan/out), além dos contêineres, destaque para petróleo e derivados, que representaram 22,9% de toda a movimentação (231,7 milhões de toneladas), e crescimento de 7,9% em comparação com igual período de 2020; adubos (fertilizantes), com participação de 31,8 milhões de toneladas, crescimento de 15,3%; carvão mineral, que movimentou 21,4 milhões de toneladas, alta de 39,6%; e ferro e aço que registraram 20,0 milhões de toneladas movimentadas, elevação de 26,1%.
Navegações
Entre as navegações, o longo curso, que representa 70,5% de toda movimentação portuária brasileira, apresentou crescimento de 6,0% até outubro de 2021 em comparação com igual período de 2021. A cabotagem geral cresceu 6,7%, sendo que a cabotagem de contêineres teve expansão de 18,0% em toneladas e 15,8% em TEU. Já a navegação interior registrou queda de 5,0% no período.