Com Maranhão na última posição em qualidade de vida, apoio político de Flávio Dino representa vantagem?

0comentário
Flávio Dino anunciou que reverteria miséria no Maranhão, mas não cumpriu a promessa feita à multidão que prestigiou sua posse

Com o Maranhão ocupando a última posição no Índice de Perda de Qualidade de Vida (IPQV) no Brasil, divulgado semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma pergunta torna-se inevitável: será que o apoio político do governador Flávio Dino (PSB) será mesmo vantajoso para aquele que for escolhido? Em meio à acirrada disputa pela preferência do Palácio dos Leões no pleito de 2022 e o desempenho trágico do estado justamente no quesito que Dino mais se propôs a melhorar, cabe perguntar se ele será mesmo um bom cabo eleitoral.

Os IPQV apontou o Maranhão com as maiores perdas de qualidade de vida (IPQV igual a 0,260) entre as 27 unidades da federação, uma posição vexatória, que escancara toda a incompetência e outros deméritos administrativos. Os dados jogam por terra, assim como tantas outras estatísticas oficiais já divulgadas, a promessa feita por Flávio Dino, na sacada do Palácio dos Leões, em 1º de janeiro de 2015, data de sua posse para o primeiro mandato de governador, de que ao fim da sua gestão nenhum município maranhense figuraria no ranking das cidades mais pobres do país.

Em vez de trazer a bonança, Flávio Dino fez exatamente o contrário, rebaixou ainda mais os indicadores econômicos e sociais do estado, empurrando para a miséria mais de 1,4 milhão de maranhenses, conforme atestou recentemente a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), outro levantamento do IBGE.

Desempenho socioeconômico pífio

Para piorar, o Maranhão também aparece na lanterna no Índice de Desempenho Socioeconômico (IDS), também aferido pelo IBGE, e vinculado ao IPQV. O IDS incorpora a renda disponível familiar per capita (RDFPC) e as perdas de qualidade de vida a partir de seis dimensões (moradia; acesso aos serviços de utilidade pública; saúde e alimentação; educação; acesso aos serviços financeiros e padrão de vida; transporte e lazer). No período analisado pela POF 2017-2018, o IDS para o Brasil era de 6,201. O Distrito Federal (6,970) e São Paulo (6,869) tinham os maiores índices e Pará (5,099) e Maranhão (4,897), os menores.

Tantos indicadores negativos, que se refletem, principalmente, no dia a dia sofrido de 20% da população maranhense, faixa que sobrevive em condições de extrema pobreza, é duvidoso, quase um devaneio, imaginar que subir em qualquer palanque ao lado de Flávio Dino represente algum trunfo. O resultado eleitoral do candidato que associar sua imagem à do governador durante a campanha pode não ser o esperado, tamanho o desgaste popular do chefe do Executivo.

Salvo interesses ocultos, ter Flávio Dino como patrono de qualquer projeto político pode ser desastroso. As estatísticas oficiais escancaram o fracasso da administração pública estadual no Maranhão nos últimos sete anos. E, faltando praticamente cinco meses para o governador deixar o cargo para concorrer ao Senado, é improvável que ele consiga reverter os indicadores negativos.

É estranho, portanto, ver tanta cobiça pelo apoio palaciano e, por consequência, da máquina pública do Estado. Por isso mesmo, os órgãos de fiscalização e controle e as instituições policiais devem estar ainda mais atentos à próxima eleição e a todos os fatos e movimentações que a antecederem.

Sem comentário para "Com Maranhão na última posição em qualidade de vida, apoio político de Flávio Dino representa vantagem?"


deixe seu comentário

Twitter Facebook RSS