A exoneração do secretário municipal de Trânsito e Transportes, Cláudio Ribeiro, soou como uma confissão de culpa da Prefeitura de São Luís quanto a má condução das discussões para por fim à greve do transporte público, que neste domingo completa 11 dias consecutivos, sem qualquer previsão de desfecho.
Aparentemente perdido em meio ao impasse que dia após dia empurra a cidade que administra para um colapso, o prefeito Eduardo Braide (Podemos) decidiu responsabilizar alguém pelo fracasso da negociação iniciada pelo poder público municipal com trabalhadores rodoviários e empresas e consórcios concessionários das linhas de ônibus. E sobrou para Cláudio Ribeiro, que há quase duas décadas, por sucessivas gestões, atua em assuntos relacionados ao trânsito e ao transporte, dentro da SMTT.
A demissão, portanto, não foi.por incapacidade técnica, já que o agora ex-secretário detém sólidos conhecimentos sobre o sistema de mobilidade, seus mecanismos de funcionamento e problemáticas. Muito menos, a exoneração foi por falta de experiência, tendo em vista a longa vivência de Ribeiro na secretaria, sempre na linha de frente.
A troca de secretário na SMTT, que agora será comandada pelo advogado Diego Baluz, até então assessor jurídico da pasta, parece mais uma tentativa desesperada do prefeito de mostrar que está fazendo alguma coisa para resolver o problema mais complicado que enfrentou até agora, em quase 10 meses de mandato.
É uma verdadeira prova de fogo para Braide esta greve do transporte público, a mais longa em sete anos na capital. E pela total falta de perspectiva quanto ao encerramento da paralisação após tantos dias sem ônibus, com acúmulo de prejuízos incalculáveis aos setores produtivos, a conclusão a que se chega é que o prefeito está sendo incapaz de passar no teste mais complicado ao qual se submete desde que assumiu o poder.
Se fosse só o Secretário era bom, tem que trocar tudo o sistema ineficaz e acabar com a licitação no transporte público.
De fato percebo como uma decisão errônea e desesperada do prefeito em querer “culpar” alguém pela sua falta de conhecimento e poder resolutivo nesse assunto. Tentativas de solucionar a greve tem sido domadas, mas essa de forma alguma foi uma boa opção. Conhecimento e experiência o ex-secretário tem de sobra mas o poder de decisão é somente do prefeito, que mesmo sendo orientado que o sistema está em déficit, não aceitou suas orientações e optou em usá-lo como “bode expiatório”. Uma pena para sua pasta.
Se a troca de secretário resolvesse o problema os rodoviários já teriam voltado ao trabalho. Espero que a Câmara faça uma CPI para apurar possíveis irregularidades no transporte público. As empresas sempre alegam não ter recursos para conceder aumento salarial aos funcionários do transporte; mas nenhuma dessas empresas que reclamam deixam a exploração do serviço, se algo dá prejuízo melhor desistir, porém ninguém larga o “osso”. A licitação de 2016 na gestão holandina foi uma piada já que as mesmas “ganharam” os lotes. E o que mudou? Nada, só houve piora na oferta dos serviços, os ônibus continuam velhos, os novos são para as fotos. Aqui na Liberdade, eu já perdi as contas das vezes que eu reclamei na página do então pref. EHJ, e agora na pág. de Braide pedindo pelo menos que colocassem um ônibus novo ou seminovo porque os que servem ao bairro são velhos, sujos, portas emperradas, bancos sujos e às vezes até soltos. Não espero nada de bom vindo de empresários ou do atual prefeito que já demonstrou que não tem capacidade para dirigir nem uma quitanda de feira.