A greve do transporte público chegou hoje ao 8° dia consecutivo sem qualquer perspectiva de acordo e perdas acumuladas para o comércio. Apesar do prejuízo causado aos mais de 700 mil usuários de ônibus da capital e dos prejuízos causados aos setores produtivos, não houve qualquer sinalização de acordo entre as partes nos últimos dias.
As cenas vistas nesta quinta-feira, em São Luís, desde as primeiras horas da manhã foram novamente de passageiros amontoados, à espera de qualquer condução para ir ao trabalho, à escola, facilidade ou outro compromisso. A paralisação está doendo no bolso da população, já que aqueles que dispõem de vales-transporte estão impedidos de usá-los e vêm gastando dinheiro em espécie para se locomover nos meios de transporte disponíveis.
Já há quem não tenha recursos para pagar vans, carros de aplicativo, táxi, moto-táxi ou carrinhos-lotação. Para alguns, o jeito é pegar carona ou pedir dinheiro emprestado. Mas há aqueles que não encontram solução e acabam ficando em casa, perdendo dias de trabalho – e parte da renda -, faltando aulas e até mesmo deixando de fazer consultas, exames e outros procedimentos médicos no concorrido sistema de saúde pública.
Após uma semana de greve, o que se vê são aglomerações nas paradas de ônibus e vazio em lugares que outrora registravam fluxo intenso de pessoas, como a Rua Grande, shoppings e outras áreas comerciais da cidade. É um cenário desolador, que chega a ser trágico, tendo em vista a proximidade do período de fim de ano, sempre marcado pelo aquecimento das vendas em praticamente todos os setores.
Se São Luís já foi considerada a capital brasileira da vacina contra a Covid-19, em razão da celeridade que marcou a aplicação das doses, agora também pode ser chamada de capital do retrocesso, pois a recuperação econômica iniciada com o recuo da pandemia simplesmente estagnou, tamanha a incapacidade dos governantes locais de pôr fim à greve do transporte, serviço essencial e um dos motores do mercado.
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