Preço da obra foi elevado em mais de R$ 12 milhões somente entre janeiro de 2020 e julho deste ano
O Hospital da Ilha, projetado pelo governo Flávio Dino (PSB) para ser referência em atendimento de urgência e emergência e, de quebra, desafogar os dois Socorrões da capital, segue em construção, mas a data exata de inauguração ainda não foi anunciada – dizem que a entrega ocorrerá antes do fim deste ano. A única definição quanto à unidade de saúde é o valor orçado, até o momento, quase R$ 150 milhões, cifra atingida após sete aditivos autorizados ao custo final da obra pela Secretaria de Estado da Infraestrutura (Sinfra), responsável pelo contrato.
Construído no bairro Olho d’Água, em São Luís, por um consórcio de empreiteiras encabeçado pela Amorim Coutinho, empresa pertencente a um dos irmãos do falecido ex-presidente da Assembleia Legislativa Humberto Coutinho, o Hospital da Ilha terá 212 leitos na primeira fase, com potencial para até 400, segundo divulgou o governo estadual após vistoria realizada há três meses.
A última alteração do valor da obra foi publicada na edição do Diário Oficial do Estado do dia 20 do mês passado. Conforme a resenha do 7º termo aditivo ao contrato, nº 085/2018, houve um acréscimo de serviços de 2,49%, ao mesmo tempo em que foi determinada a supressão (redução) de serviços de 5,94%. A diferença entre acréscimo e supressão levou a uma redução de R$ 4.559.327,81 (menos quatro milhões, quinhentos e cinquenta e nove mil, trezentos e vinte e sete reais e oitenta e um centavos) no valor da obra. Assim, o contrato passou a ter o valor atualizado de R$ 149.153.553,96 (cento e quarenta e nove milhões, cento e cinquenta e três mil, quinhentos e cinquenta e três reais e noventa e seis centavos), conforme termo assinado no último dia 15 de julho.
Acontece que a redução de custos da obra está longe de ser regra. Depois de sucessivos aditivos, o preço pago ao consórcio de construtoras liderado pela Amorim Coutinho registrou aumento significativo. Exemplo: no ato da assinatura do terceiro aditivo, publicado no Diário Oficial do Estado no dia 16 de janeiro de 2020, quando houve um acréscimo de serviço de 2,15%, equivalente a R$ 2.844.021,73 (dois milhões, oitocentos e quarenta e quatro mil, vinte e um reais e setenta e três centavos).
Com isso, o valor do serviço passou a ser de R$ 136.998.693,35 (cento e trinta e seis milhões, novecentos e noventa e oito mil, seiscentos e noventa e três reais e trinta e cinco centavos). Um ano e meio depois, período em que houve mais quatro aditivos, o preço do serviço já chega a quase R$ 150 milhões, um ágio de exatos R$ 12.154.860,61 (doze milhões, cento e cinquenta e quatro mi, oitocentos e sessenta reais e sessenta e um centavos).
Mais sobre o Hospital da Ilha
Na primeira, estão sendo construídos seis blocos, com serviços de infraestrutura elétrica, aterro, reboco, piso, tubulação de combate a incêndio, instalação de equipamentos de automação, infraestrutura de gases medicinais, rede fria e quente e outras atividades. A parte externa do prédio recebe pintura da fachada, estrutura de concreto, rampa de acesso, muro e área de lavagem para ambulância. Os testes de incêndio também já iniciaram, cumprindo o exigido pelos órgãos fiscalizadores.
O hospital vai atender toda a urgência e emergência da Grande Ilha, além de municípios do entorno. A unidade possui área construída de 32 mil m², em um total de 62 mil m². São cerca de 250 profissionais diretos envolvidos na execução da obra, além de empregos indiretos.
Mais caro ainda
Se os sete aditivos autorizados até o momento já elevaram o preço da obra para quase R$ 150 milhões, a previsão é que o Hospital da Ilha custe ainda mais caro para o contribuinte maranhense. Na vistoria realizada em maio, a gestão de Flávio Dino revelou que investirá cerca de R$ 160 milhões só na primeira fase de construção da unidade de saúde, que terá 212 leitos.
Sinal de que mais aditivos virão:
Resenha do sétimo aditivo aplicado ao valor da obra:
Resenha do terceiro termo aditivo, que indicava que o Hospital da Ilha custaria mais de R$ 12 milhões a menos do que um ano e meio depois: