São claras as tentativas do governo Flávio Dino de assumir o protagonismo da bem sucedida campanha de vacinação contra a Covid-19 em São Luís. Incomodado com os elogios da mídia nacional à gestão do prefeito Eduardo Braide pela aceleração da imunização na cidade, o Palácio dos Leões lançou-se em uma espécie de guerra para apropriar-se do mérito pela agilidade na aplicação das doses, que na capital já contemplam até as faixas etárias mais jovens.
O tal “Arraial da Vacina”, realizado inicialmente no Pátio Norte Shopping, situado na Estrada de Ribamar, e, posteriormente, em outras regiões da Ilha de São Luís, com expansão para o interior do estado, não passa de uma tentativa desesperada de Flávio Dino de ganhar alguma projeção, em meio ao sucesso alcançado por Braide e reconhecido espontaneamente Brasil afora.
Mesmo forçando a barra, o que fica evidente com o anúncio de prêmios em dinheiro para quem se vacinar, o máximo que o governador tem conseguido é pegar carona na já consolidada boa fama conquistada pelo prefeito de São Luís com sua eficiente estratégia de imunização. Tal êxito está diretamente associado à obtenção de doses extras assim que foi identificada a cepa indiana da Covid-19 na capital, à instalação de nove pontos descentralizados de imunização e à criação de um filômetro, que indica à população os locais onde é mais tranquilo tomar a vacina em determinado momento.
Ciente de que está longe de igualar o feito do rival e tomado por um ciúme incontido e indisfarçável, Flávio Dino parece disposto a desferir golpes baixos. A acusação veio do próprio secretário municipal de Saúde, Joel Nunes, que reclamou, durante uma entrevista ao vivo concedida à TV Mirante, há dois dias, de uma suposta retenção, pelo governo estadual, de doses de vacina que já deveriam ter sido liberadas para os ludovicenses.
A pretexto de esclarecer a fala de Joel Nunes, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) o convocou para uma reunião, mas ele não compareceu, designando em seu lugar a diretora da área de imunização da Semus. A ausência de Joel deixou os palacianos contrariados, afinal, ele fora convocado, ou seja, estava obrigado a ir, como se fosse subordinado a Flávio Dino, não a Eduardo Braide.
Enquanto o Palácio dos Leões derrama dinheiro público em ações midiáticas para tentar livrar-se do fiasco que vinha amargando até então na vacinação, a Prefeitura de São Luís supera todas as metas apenas com planejamento e eficiência. E os avanços são cada vez mais significativos, como.a marca histórica de 20 mil doses de vacina aplicadas, em apenas 14 dias, atingida nessa quinta-feira (17) pelo drive-thru montado no Campus Renascença, da Universidade Ceuma.
Depois de tantas perdas e sofrimento causados pela pandemia, Flávio Dino precisa entender que a guerra é contra o novo coronavírus, não contra a Prefeitura de São Luís e seu mandatário. Se o governador mudar o foco da sua beligerância, quem ganha é a população.