Envio de ecstasy, LSD, cocaína e skunk de outros estados brasileiros, via Correios, para consumo em raves na Ilha de São Luís também já foi flagrado pela Polícia Federal
O Maranhão integra a rota de tráfico internacional de haxixe e maconha líquida para uso em cigarros eletrônicos a partir dos Estados Unidos. Pelo menos uma apreensão desses tipos de droga foi registrada nos últimos sete meses pela Receita Federal no estado. O envio de entorpecentes de diferentes regiões do Brasil ao Maranhão, via Correios, também é comum e já foi alvo de sucessivas operações da Polícia Federal.
Em 13 de outubro do ano passado, a Receita Federal apreendeu aproximadamente 24 gramas de haxixe e 32 gramas de maconha líquida no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. A maconha líquida seria utilizada em cigarros eletrônicos. Também foram apreendidas nove piteiras.
São Luís era o destino
A droga teria como destino o Maranhão. A apreensão foi realizada no Centro de Processamento de Remessas Postais Internacionais do Galeão. A encomenda aérea na qual se encontravam as substâncias entorpecentes tinha como origem o estado da Califórnia, nos Estados Unidos, e o destinatário tinha como endereço a capital maranhense, São Luís.
O trabalho envolveu a equipe de cães de faro da Divisão de Vigilância e Repressão ao Contrabando e Descaminho da Superintendência Regional da Receita Federal na 7ª Região Fiscal (ES/RJ), o Serviço de Vigilância Aduaneira da Alfândega da Receita Federal no Galeão e funcionários dos Correios.
Tráfico internacional pelos Correios
Em 13 de março de 2020, a Polícia Federal cumpriu um mandado de prisão preventiva, exarado pela 1ª Vara de Delitos de Tóxicos de Porto Velho, capital de Rondônia, decorrente da tentativa de envio de cloridrato de cocaína para o estado do Maranhão por meio da Empresa de Correios e Telégrafos.
O indivíduo foi identificado com o traficante que transportou e postou a droga apreendida no dia 23 de maio de 2019, na Agência dos Correios do bairro Tancredo Neves, na capital rondoniense. O entorpecente estava no interior de uma caixa de papelão e tinha como destino a cidade maranhense de Tutoia.
Ecstasy, LSD, skunk e cocaína para raves
Em 15 de maio de 2019, a Polícia Federal deflagrou, na ilha de São Luís, a 2ª Fase da Operação “MD”, com o objetivo de desarticular um grupo criminoso especializado no tráfico de drogas também utilizando-se dos Correios.
Policiais federais cumpriram cinco mandados de prisão temporária e quatro mandados de busca e apreensão a partir de informações colhidas nos interrogatórios da 1ª Fase e da análise de algumas mídias. Na investigação, a PF identificou mais integrantes do grupo criminoso especializado na distribuição de drogas conhecidas como ecstasy e LSD, além de cocaína, skunk e maconha, em festas na capital maranhense, especialmente em eventos de música eletrônica, onde há grande concentração de jovens.
A equipe de investigação interceptou várias encomendas, contendo as substâncias entorpecentes que chegavam até os investigados, via postal, oriundas dos estados Rio de Janeiro, Pernambuco e Mato Grosso do Sul.
Penas
Os envolvidos foram conduzidos à Superintendência de Polícia Federal no Maranhão, onde foram indiciados por tráfico de drogas e associação para o tráfico, crimes previstos nos arts. 33 e 35 da Lei nº 11.343/06. As penas previstas chegam até 15 anos de reclusão.
Tais ocorrências reforçam a suspeita de que o Maranhão é rota permanente do tráfico internacional e interestadual de drogas, inclusive com uso da estrutura de serviços públicos para distribuição.
