O governador Flávio Dino (PCdoB) não só manteve a compra de 3,5 toneladas de géneros alimentícios não perecíveis e perecíveis para abastecer as geleiras do Palácio dos Leões e demais residências oficiais do Estado, como pagará por iguarias como picanha, maminha, pescada amarela e carneiro quase R$ 52 mil a mais em relação ao preço inicial licitado. É o que revela o aviso de homologação do contrato publicado no Diário Oficial do dia 26 de janeiro deste ano (aba Terceiros).
Inicialmente, o gasto autorizado para patrocinar a fartura palaciana seria de R$ 127.520,00 (cento e vinte e sete mil, quinhentos e vinte reais). Mas, apenas seis dias depois, uma segunda publicação no DOE informou a revisão para cima dos valores contratuais. O motivo alegado foi “incorreção”. Ambos os atos foram assinados pelo secretário de Estado de Governo, Diego Galdino.
Assim, a conta a ser paga pelos contribuintes maranhenses para bancar a alimentação do governador, seus familiares, subalternos mais próximos e convidados subiu para R$ 179.441,79 (cento e setenta e nove mil, quatrocentos e quarenta e um reais e setenta e nove centavos). O reajuste foi de exatos R$ 51.921,79 (cinquenta e um mil, novecentos e vinte e um reais e setenta e nove centavos).
Ao todo, serão nada menos do que 3.500 kg (três toneladas e meia) de carne bovina, frango, carneiro e peixe para consumo no Palácio dos Leões, na residência oficial do vice-governador, no bairro Jardim Eldorado, e demais imóveis cujo sustento provém dos cofres públicos estaduais.
De acordo com as regras contratuais, os alimentos serão fornecidos de forma parcelada, conforme a demanda das casas governamentais. Detalhe: as marcas dos produtos são as mais caras disponíveis no mercado: Sadia, Friboi, Fribal e Seara.
420 kg só de picanha
Um dos gastos que mais chamam atenção é o efetuado para compra de carne de sol de picanha (R$ 73,56 o quilo) e em postas em formato triangular (R$ 50,43 o quilo), ambas da marca Friboi. O contrato prevê o fornecimento de nada menos do que 420 kg da nobre carne, totalizando mais de R$ 26 mil. Haja apetite para degustar tanta proteína de primeira qualidade.
A maminha, outra carne de primeira, também será servida em abundância na despensa palaciana. Serão 200 kg, também da marca Friboi, ao preço unitário de R$ 37,62 e custo total de R$ 7,5 mil. Outros R$ 7,4 mil foram reservados para a compra de 200 kg de alcatra, outro corte de carne de rara frequência nas mesas das famílias mais humildes.
760 kg de postas e filé de pescada
O gasto com filé de pescada amarela (R$ 55,99 o quilo) e em postas (R$ 49,99 o quilo) é ainda maior. São 760 kg – 440 kg de filé e 320 kg de postas -, com valor somado de mais de R$ 40,5 mil.
Outra iguaria requisitada para satisfazer o requintado paladar dos comensais palacianos é o pernil de carneiro. São 40 kg da marca Friboi ou de qualidade superior, com preço unitário de R$ 52,99 e custo total de R$ 2.119,60 (dois mil, cento e dezenove reais e sessenta centavos).
As geladeiras do Palácio dos Leões e das outras residências oficiais do Governo do Estado também serão abastecidas com quase duas toneladas de coxa e sobrecoxa de frango, galinha de granja e caipira inteira abatida, peito e moela de frango, bisteca bovina, rabada bovina, patinho sem osso, costela de boi, contra-filé, coxão mole e linguiça calabresa.
A farra gastronômica é uma triste contradição em tempos de crise generalizada na saúde e grave retração econômica, que expõe milhões de famílias maranhenses à miséria e ao drama da fome.
Excelente , objetiva e documentada matéria.
Oportuna e mais do que necessária para a educação e consciência da população maranhense (+ de 7 milhões).
Retrata o grande paradoxo do atual inquilino do Leões, que, quando em tempos das caçadas aos votos, lá atrás, com seus loquazes, estratégico e falaciosos discurso antissarneis, e oligarquia, afirmava peremptoriamente que, se eleito, poria fim, como deve ser, à MORADIA em palácio e à sua mesa farta.
Pura demagogia populista da “nova velha e velhaca política” do nosso rico-pobre Maranhão.
Discurso de comunistas.