Deu no UOL Militantes virtuais esquerdistas estão acusando o governador do Maranhão, Flávio Dino, de ser fascista e ameaçam cancelá-lo nas redes sociais. O termo cancelar, em linguagem associada ao ambiente digital, significa excluir, deixar de seguir, bloquear, a fim de desqualificar as ideias, discursos e atos do indivíduo execrado.
A reação foi motivada pelo apoio declarado por Dino ao candidato a prefeito de Recife João Campos, que apesar de ser do PSB, partido identificado com o socialismo – pelo menos no nome -, tão idolatrado pela esquerda, estaria adotando práticas típicas do bolsonarismo. Além disso, manifesta o descontentamento com o desprezo do comunista à candidatura da petista Marília Arraes, adversária de Campos no 2° turno.
A propósito, o próprio PCdoB do governador maranhense também é um partido de esquerda, que, nos últimos anos, alcançou certo protagonismo, muito por causa da hegemonia conquistada no Maranhão, há quase seis anos. Mas, ainda assim, a militância que outrora aplaudia Flávio Dino desta vez o enxovalha, sem piedade.
Desgaste
Ao revelar de que lado está na eleição para a Prefeitura de Recife e ser achincalhado por causa da escolha, Flávio Dino atraiu para si apenas desgaste, justamente em um momento crítico, em que se vê diante do risco de perder o suporte político da Prefeitura de São Luís. Para muitos, até mesmo para membros de proa do seu esfacelado grupo, foi uma atitude desnecessária e descabida.
Em meio à polêmica, vêm à tona, novamente, duas tristes constatações: a primeira é a de que o comunista é capaz de tudo para ocupar espaços de poder, até mesmo envolver-se em disputas fora de sua alçada, como é o caso de Recife, pelo simples fato de o seu aliado ser o candidato a prefeito apoiado pelo governo pernambucano, cuja vice é do PCdoB.
A segunda e não menos melancólica constatação é de que a esquerda, quando tem seus interesses contrariados, age com extrema intolerância e não poupa nem mesmo os seus iguais, a exemplo de Flávio Dino, visto até dias atrás como alternativa eleitoral viável para a sucessão presidencial, em 2022.