A mais alta corte da justiça eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral ( TSE), decidiu que as causas de inelegibilidade que acabam em 7 de outubro, oito anos após o pleito de 2012, não podem ser postergadas para 15 de novembro. Por maioria, os ministros entenderam que impedimentos à candidatura com data certa para acabar não foram afetados pelo adiamento do primeiro turno das Eleições Municipais de 2020. Segundo a maioria, em observância ao princípio da segurança jurídica, os prazos não podem ser alterados. O ministro Alexandre de Moraes destacou parecer da Assessoria Consultiva (Assec) que afirmou que limitações a um direito fundamental, como o direito de ser votado, só poderiam ocorrer por deliberação expressa do Congresso Nacional, o que não é o caso.
A decisão habilita o atual Prefeito Francisco Nagib e o médico Zé Francisco, a concorrerem nas eleições deste ano para prefeito de Codó. Eles foram condenados pelo TRE-MA após serem acusados de compra de votos e abuso de poder econômico nas eleições de 2012. Na época, a decisão foi tomada após o empresário Francisco Carlos Oliveira, prometer pagar um 14° salário aos empregados da fábrica FC Oliveira caso o filho ganhasse a eleição daquele ano, quando concorreu à prefeito e Zé Francisco a vice.
“O problema, é que o FC Oliveira, pai do atual prefeito e dono dos maiores empreendimentos da cidade, fábrica, posto de gasolina, hotel, loja de conveniência, etc… também se acha dono do povo de Codó, acha que pode comprar tudo e todos, tentou comprar os funcionários da fábrica dele se votassem no filho para prefeito, mas se deu mal”, afirma um funcionário da empresa que não quis se identificar, dizendo ter medo de perder o emprego.
Sexta maior cidade do Maranhão, com mais de 122.000 habitantes, é natural que Codó atraia a atenção de todo o estado nestas eleições. O atual prefeito, Francisco Nagib, a princípio era candidato à reeleição, mas devido à grande rejeição da população local, principalmente na área da saúde, onde teve uma atuação mal avaliada pela população local durante a pandemia do novo corona vírus, e por pressão do governador Flavio Dino, teve que ceder o lugar para o ex-prefeito Zito Rolim.
Zito tem uma relação de amor e ódio com a família Oliveira, que teve que acatar a decisão do governador, e engolir seco a decisão do governador que parece não simpatizar com a ideia de Francisco Nagib concorrer à reeleição. “Vaidoso como ele é, deve ter sido muito difícil para FC Oliveira ver o filho Nagib abrir mão da candidatura à reeleição para prefeito, mas ele temmedo de retaliação do governo do estado, que pode promover uma devassa nas empresas de FC Oliveira por sonegação de impostos, é por isto que FC vai ter que apoiar Zito para prefeito”, afirma outro funcionário da indústria FC Oliveira, que também não quis se identificar.
Acontece que não vai ser fácil convencer a população de Codó a votar em Zito Rolim.Importante lembrar, que o atual prefeito Francisco Nagib, se elegeu com um discurso de renovação, apesar de ter sido eleito com o apoio do seu antecessor, Zito Rolim, envolvido em inúmeros escândalos ao longo de sua carreira política, que vão desde o superfaturamento de caixões até a compra de votos. Ainda sobre a dupla Zito/Nagib, os dois juntos foram responsáveis pelo maior desemprego em massa que a cidade de Codó já viu. Um dos argumentos de Zito para pedir votos para Nagib na eleição passada, foi que nenhum funcionário da prefeitura seria demitido se Francisco Nagib ganhasse as eleições. Uma vez eleito, ao assumir a prefeitura, Nagib demitiu de uma só vez 3.000 funcionários.
Enquanto a popularidade da dupla Nagib/Zito cai, a popularidade do médico Zé Francisco só aumenta. Aumenta também a quantidade de fake news dizendo que o médico está inelegível, mas tudo não passa de blá, blá, blá.
