A Ilha de São Luís vive momentos de terror neste final de setembro, marcado pelo acirramento da guerra de fracções criminosas, que ganha as ruas como flagelo para a população. A violência e a audácia são tamanhas que não é exagero afirmar que a região metropolitana está sob o mando de um poder paralelo, exercido na bala e sem sinal de trégua.
O clima de barbárie impôs às famílias um isolamento social só visto antes durante o lockdown decretado para conter o novo coronavírus. Trancafiados em casa em pleno fim de semana, cidadãos acompanham pela TV, rádio, jornal, redes sociais, especialmente em grupos de WhatsApp, informações sobre o banho de sangue em diferentes bairros, com direito a fotos, áudios e visões chocantes.
As execuções têm ocorrido com assustadora frequência, até mesmo à luz do dia. Em um intervalo de 12 horas, entre quinta e sexta-feira, houve 10 assassinatos de supostos membros de grupos criminosos rivais e até de um policial militar. Em meio a tanta matança, há quem comemore, alegando friamente que é melhor que bandidos percam a vida em confrontos entre si do que ver um cidadão de bem tombar pelas mãos de um meliante.
Acontece que no meio do fogo cruzado estão justamente pessoas que nada têm a ver com os conflitos, principalmente nos bairros periféricos. Nessas áreas, os moradores correm risco constante de se tornar alvos de balas perdidas ou vitimas de psicopatas que não hesitam em matar um inocente para ostentar sua crueldade.
Em meio ao pânico generalizado, surge a informação, propagada por blogs aliados ao Palácio dos Leões, de que o próprio governador Flávio Dino (PCdoB) sofreu ameaça de morte. É algo extremamente preocupante e, ao mesmo tempo, emblemático de um momento perturbador, em que as autoridades parecem ter perdido o controle das ações de prevenção e enfrentamento ao crime e a capacidade de restabelecer a paz social.
Assista uma das execuções: